por Afonso Hipólito
Os deputados que irão formar a bancada capixaba na Câmara Federal a partir de 2015 foram indagados pelo Jornal A Tribuna sobre suas posições com relação a cinco temas, dos quais destaco quatro: aborto, homofobia, maioridade penal (tema mais eleitoreiro destas eleições) e legalização da maconha.
Carlos Mannato, do SDD, partido fundado em meio a inúmeras acusações de fraude e cujo presidente nacional é acusado de todo tipo de falcatrua e tido por todo cientista político sensato como emblemático pilantra da política brasileira, fingiu que a pergunta era ser ou não a favor do aborto, como todos os outros, e não sobre ser ou não a favor da descriminalização do mesmo, e a resposta que se esperava, como de todos os outros, tendo em vista a deturpação da pergunta: são contra o aborto.
Quando deturparam, talvez por covardia, a pergunta sobre a aborto, perderam uma ótima oportunidade de dar uma resposta decente: somos a favor da descriminalização do aborto em favor das mulheres brasileiras.
O tema maioridade penal nem deveria ser discutido, posto que é juridicamente inviável e humanamente injusto, tendo em vista as condições dos locais para onde são levados os menores em conflito com a lei e a forma como são tratados. Mas tivemos respostas positivas por parte de quatro deputados: Evair de Melo (PV), Givaldo Vieira (PT), Helder Salomão (PT) e Sergio Vidigal (PDT), que deu a única resposta aceitável para o tema: educar é mais eficiente do que punir. Entre as respostas negativas eu destaco a decepcionante postura de Paulo Foletto (PSB), que já havia explorado -vergonhosamente- o tema em campanha, que disse ser a favor da redução, sabendo ser, como já disse, juridicamente impossível e humanamente injusto, e com isso, perdeu a oportunidade, como outros cinco, de complementar a ótima resposta de Vidigal dizendo que só se muda algo quando se tentou de tudo para que desse certo e ainda assim deu errado e que no caso em questão nunca se tentou nada.
Com relação ao tema homofobia, tivemos sete respostas positivas, ou seja, a favor de criminalizar, e três respostas vagas. Entre as respostas positivas a surpresa ficou por conta de Mannato: é a favor.
Com relação a legalização da maconha tivemos nove respostas péssimas e uma vaga (Evair de Melo). Dessa forma, perderam a oportunidade de uma resposta sensata: somos a favor da legalização da maconha como ponto de partida de um projeto amplo para o futuro onde, o tráfico seja aniquilado e o dinheiro gasto inutilmente para combatê-lo seja gasto para educar as crianças de hoje para que se tornem adultos que possam encarar o assunto com mais preparo amanhã.
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