Por Daniel Silveira
A Petrobras tem uma carteira de US$ 42 bilhões em ativos que podem ser vendidos para fazer frente ao plano de desinvestimento da empresa, afirmou nesta quarta-feira (11) o diretor executivo da área financeira e de relacionamentos com investidores da estatal, Ivan Monteiro. Ele e o presidente da Petrobras, Pedro Parente, se reuniram para um café da manhã com jornalistas.
A empresa tem plano de vender US$ 21 bilhões em ativos em 2017 e 2018. A lista do que está à venda não foi divulgada pela estatal, mas o diretor da estatal disse que haverá maior destaque às negociações no segmento de refinarias.
A meta do biênio anterior, de 2015 e 2016, não foi atingida. A empresa pretendia se desfazer de US$ 15,1 bilhões em ativos, mas conseguiu concretizar operações que resultaram em US$ 13,6 bilhões. Os US$1,5 bilhão que faltaram foram incorporados a meta do biênio 2017/2018, que originalmente previa um desinvestimento de US$ 19,5 bilhões.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta quarta-feira (11) que a meta não foi alcançada por razões externas. “Fechamos o ano com US$ 13,6 bilhões em operações (de venda). É certo que nesse caso não cumprimos a nossa meta por razões externas à empresa. Se a empresa pudesse, ela teria cumprido a meta”, afirmou.
Em fato relevante divulgado em 28 de dezembro, a empresa explicou que não atingiu a meta porque uma liminar da Justiça de Sergipe impediu a conclusão das negociações dos campos de Tartaruga Verde e Baúna, localizados, respectivamente, na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, e que já estavam em estágio avançado de negociações.
O diretor financeiro da Petrobras enfatizou que a companhia tem hoje solidez financeira e condições de arcar com seus compromissos mesmo sem a execução do plano de venda de ativos. Segundo ele, a Petrobras tem US$ 22 bilhões em caixa, volume “que gera total tranquilidade para os próximos dois anos e meio”. O valor não considera o dinheiro que a estatal vai receber da venda de ativos em 2016, que serão depositados ao longo de 2017, nem recursos de negociações em andamento. “Isso é maior que todos os vencimentos de 2017 e 2018”, disse Monteiro.
Ivan Monteiro destacou, ainda, que em 2017 a Petrobras deverá licitar ao menos duas novas plataformas. Há oito unidades a serem contratadas para entrar em produção nos próximos anos.
Ivan Monteiro destacou, ainda, que em 2017 a Petrobras deverá licitar ao menos duas novas plataformas. Há oito unidades a serem contratadas para entrar em produção nos próximos anos.
'Empresa de orgulho'
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou na manhã desta quarta-feira (11) que 2017 será o ano em que a companhia irá conseguir reconsolidar a sua imagem perante a sociedade brasileira. Em evento com jornalistas, ele comemorou os resultados alcançados em 2016, falou da previsão para os próximos dois anos e enfatizou o otimismo na retomada do crescimento.
“Nós vamos fazer em 2017 é consolidar esse processo de virada da empresa. A Petrobras vai voltar a ser uma empresa de orgulho dos seus trabalhadores, da sua força de trabalho e da sociedade brasileira”, afirmou Parente.
O presidente da estatal destacou que a diretoria está satisfeita com os resultados alcançados no ano passado. Ponderou, porém, que são ousadas as metas do plano estratégico da companhia, que precisam ser perseguidas.
“Nós estamos de um lado satisfeitos com o que aconteceu em 2016 mas sabendo que não é suficiente. 2017 é um ano com muitos desafios. Sabemos que, ainda que tenhamos esse bom e sólido plano [estratégico] nós temos que entregar este plano”, disse Pedro Parente.
O presidente da estatal enfatizou que o plano estratégico tem metas ousadas, sendo as principais aquelas relacionadas à segurança. “Segurança da vida das pessoas, segurança ambiental, segurança de modo geral. Nós temos que entregar essa meta e nós não vamos procurar alcançar as metas de natureza financeira prejudicando as metas de segurança”, afirmou.
Recordes de produção
A Petrobras anunciou nesta manhã que em 2016 atingiu sua meta de produção pelo segundo ano consecutivo. A produção média de petróleo foi de 2.144.256 barris por dia. O resultado é 0,75% acima do obtido no ano anterior e dentro da meta de produção diária de 2,145 milhões de barris.
Segundo a companhia, a produção operada na camada pré-sal também foi a maior de sua história em 2016. Foi atingida a marca de 1,02 milhão de barris de óleo por dia, o que supera a produção do ano anterior em 33%.
O resultado da produção própria de gás natural também foi recorde, segundo a estatal. A companhia atingiu 77 milhões m³ diários, o que seria uma marca inédita. A produção total no país chegou a 2,63 milhões de barris de óleo equivalente por dia, 1% a mais que o alcançado em 2015.
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