Por Dalila Travaglia (dalila@eshoje.com.br)
O segundo dia de júri sobre o assasinato do então prefeito de São Gabriel da Palha, Anastácio Cassaro, pode ser definitivo para o destino de um dos acusados. Carlos Smith Frota é um dos cinco acusados pelo crime, e o único que está sendo julgado. Durante toda a manhã desta quarta-feira (30) uma testemunha foi ouvida. Estima-se que outra seja ouvida a tarde, além do réu.
Durante todo o dia de terça-feira (29), três testemunhas foram ouvidas. A filha do ex-prefeito, Sandra Cassaro acredita que ainda nesta quarta seja fechado o julgamento. "O juiz está fazendo uma reconstituição do caso, trabalhando o processo como um todo. Espero que ainda hoje (quarta) saia a sentença", declarou.
Todos os acusados de partipação no crime deveriam estar sendo julgados, no entanto, quatro dos cinco réus no processo estavam sem advogados. Dois deles alegaram que o mesmo advogado estava com problemas de saúde e não pode comparecer. O advogado José Pedro de Barreto defenderia os acusados Fernando Lourenço de Martins e Edvaldo Lopes de Vargas, porém uma cirurgia de urgência fez com que ele se ausentasse do compromisso.
Os outros dois, Jorge Antônio Costa e Luis Carlos Darós, afirmaram não ter condições para pagar um defensor. O juiz entendeu que os quatro acusados não tinham condições de ir a juri, e os liberou do Fórum. De acordo com Sandra, essa foi uma manobra argilosa, onde eles usaram de muita esperteza.
O julgamento dos quatro acusados, foi adiado para o dia sete de junho.
Relembre o caso. Anastácio Cassaro foi morto em 3 de abril de 1986, com dois tiros na cabeça, dentro de seu automóvel, em Goiabeiras, Vitória. Na época do crime, a promotoria entendeu que o motivo seria o interesse público. O prefeito teria sido assassinato para que o vice Firmino Martins ocupasse seu cargo.
Martins, no entanto, com 86 anos, foi liberado pela justiça, com o pedido de crime prescrito. Até 2009, o processo estava parado. Na época do crime Sandra Cassaro tinha 20 anos, e afirmou não saber o teor do processo. Em 2009 ela fez uma denúncia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e conseguiu retomar o caso. A filha da vítima relembra que o pai era muito querido na cidade, conhecido como "estufa urna" no município.
Movimentos Solidários. Grupos ativistas contra a violência de sete estados do país estavam no juri nesta terça-feira (29) para apoiar a família Cassaro. Hiper Carneiro é de João Pessoa (PB), e representa o grupo "Mães no Dor". Ela teve a filha Aryane Thaís assassinada grávida há 11 meses pelo namorado. Ela afirmou que voltará ao estado para o julgamento dos outros quatro acusados em junho. "É necessário dar esse apoio, só quem perde um ente sabe a dor. Enquanto vida eu tiver vou clamar essa vóz que não cala", declarou.
O grupo Movimento pela Vida (Movida), estava representado pela paraense Andrelina Pereira, que perdeu o filho também assassinado em 2008. O pai de Gabriela Prado Maia, Carlos Santiago, do movimento "Gabriela sou da Paz" morta por bala perdida no Rio de janeiro há 8 anos, também reforçava o apoio e solidariedade a família Cassaro.
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