"A Central Reguladora de Vagas não está oferecendo vagas, a Secretaria de Saúde não está comprando vagas e então acontece essa superlotação de pacientes pelos corredores do Hospital São Lucas, que está parecendo um campo de guerra. Está parecendo um hospital de batalha com pacientes graves, politraumatizados e pacientes com respiradores de uma UTI móvel do Samu", relata Otto Batista, presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes).
Durante a interdição, um paciente com politraumatismo provocado por acidente foi levado para hospital, mas ficou sem atendimento e não resistiu ao ferimento. De acordo com o presidente do Simes, a morte poderia ter sido evitada. "Esse paciente que chegou na noite deste domingo veio a óbito pela carência de materiais para atender urgência ou emergência. Mesmo não sendo paciente grave, politraumatizado, ele precisa de um atendimento digno. O paciente precisa ter um setor de equipamentos que venham corresponder àquela gravidade", afirma o Otto.
O sindicato vai recorrer ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público. "Tivemos que apelar para o Boletim de Ocorrência na polícia para fechar a porta do hospital porque não tem condições de trabalho. Agora nós queremos a interdição ética até que tudo se resolva e os responsáveis respondam por esses atos", declara o médico.
Na opinião do presidente do Simes, o Governo do Estado seria uma alternativa para minimizar a superlotação no Hospital São Lucas a custo prazo. "Existe um processo que está nas mãos do Governador em relação a uma clínica de cirurgia plástica na Enseada do Suá. Ela foi desapropriada, está para receber uma indenização dessa desapropriação e já está tramitando há alguns meses. No local tem 50 leitos e pode comportar 200 leitos, além de ter uma UTI com toda a estrutura para sete leitos. Está aí a alternativa e agora falta vontade política do governador e fazer com que essa unidade possa absorver os pacientes que estão nos corredores das unidades da Grande Vitória", finaliza o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado.
Folha Vitória
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