Por Marcelo Carvalho
Na luta de classes há também espaço para momentos melífluos, de ternura e admiração para os acontecimentos brasileiros, registrados na imensa história deste país, marcado pela miscelânea inconfundível e exemplos que aqui brotaram, apesar da aridez de perspectivas.
Antes de adentrar não obstante no cerne das considerações, é mister observar que há anos a fio o estado do Espírito Santo cresce a taxas acima da média nacional, posicionando-se com destaque no ranking econômico, sobretudo com a descoberta e exploração do ouro negro.
Malgrado isso seja verdade, Vitória é alijada da rota cultural de grandes eventos e ademais das regiões metropolitanas de destaque; quiçá explique-se pela falta ou pouca força política no cenário nacional.
O ano de 2014 foi profuso em cinebiografias de grandes personagens da história brasileira, que se destacaram em suas áreas de atuação, dentre estas, uma em especial na área religiosa, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, conhecida por vários epítetos, todos referentes à bondade e dedicação inexorável aos pobres.
Como aludido, Vitória e seus cinemas foram mais uma vez preteridos da exibição da película cujo título é o mesmo de sua personagem principal. Por uma dessas facilidades da vida, assisti ao filme graças a um serviço da tv a cabo que permite ao assinante alugá-lo.
Só corações empedernidos não se comovem com a história da frágil menina, que foi de encontro às formalidades da Ordem Religiosa a que pertencia para se coadunar com a opção que Jesus Cristo - o Deus histórico e transcendental - realizou: os pobres.
Projetou-se o "anjo bom da Bahia" dentre os seus pares pela rebeldia edulcorada pelo acolhimento àqueles que necessitavam de tudo, especialmente amor, sendo-lhe possibilitada a exceção ao regime de clausura a que estava submetida.
Peregrinava pelas feiras populares de Salvador em busca de alimentos para os seus pobres, adjetivo com o qual se referia carinhosamente aos seus tutelados. Nem sequer a limitação pulmonar que a acometia lhe impossibilitava o devotamento aos marginalizados que convergiam de todo o país - mormente do Nordeste - para o hospital que criara, na esteira da luta incessante com o poder político dos coronéis baianos.Dulce fez de um simples galinheiro uma obra que até os tempos atuais atende à população baiana.
Na análise hodierna do posicionamento de algumas denominações religiosas é inconcebível o reacionarismo que as reveste, numa clara roupagem de lobos em pele de cordeiros, no desvirtuamento dos preceitos cristãos, enodoando toda a vastidão de amor que Senhor Jesus Cristo herdou à terra.
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