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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ÀS FAVAS COM A EDUCAÇÃO PÚBLICA

por Jean Wyllys 


A Câmara acaba de aprovar em primeiro turno, por 318 votos a favor, 129 votos contra e 4 abstenções, a PEC 395, que autoriza que as universidades públicas cobrem por cursos de pós-graduação. Sim, isso mesmo: a House of Cunha quer acabar com a garantia da gratuidade das universidades públicas! Por enquanto, a reforma deixa fora os cursos de metrado e doutorado, mas todos os demais cursos de pós-graduação — o que se conhece como "latu sensu" — poderão ser cobrados.

Nas campanhas eleitorais, todos os candidatos enchem a boca de bonitas palavras falando da defesa da educação, dizendo que é a educação que vai garantir o futuro do país e da nossa juventude; todos parecem concordar na importância da educação. Contudo, é em votações como essa que a gente pode ver qual é o compromisso real de cada partido com a educação pública — e com o futuro do país, e com a juventude! E é também nesse tipo de votações que a gente pode ver o quanto são parecidos ou diferentes entre si os partidos que, nas campanhas, brigam como cães e gatos, apresentando-se como exatos opostos.

Vejam o painel do requerimento do pedido de encerramento da discussão sobre a PEC: PT, PSDB e DEM votam todos "sim".

O PSOL vota "não".

Na votação do substitutivo da Comissão Especial, PSDB e DEM mantiveram o "SIM" junto com a bancada governista, e o PT liberou o voto só porque alguns deputados disseram que votariam "não", mas muitos petistas acompanharam os demo-tucanos (vejam aqui como votou cada parlamentar:http://bit.ly/1Kpcbtz).

É disso que eu falo quando explico que existe a oposição de esquerda e a oposição de direita, e que nós do PSOL somos oposição de esquerda. A oposição de direita quer impeachment, quer golpe, quer desestabilização, grita, faz passeata contra o governo, mas quando o que está na pauta é o ajuste fiscal, a perda de direitos trabalhistas, a precarização do emprego, a defesa do agronegócio, o descaso pelo meio ambiente, o lucro dos bancos, a dívida, os recortes na educação e na saúde e tudo aquilo que, como eu já disse, faz o governo Dilma parecer tucano, a oposição de direita não se opõe a nada! Da mesma forma que não se opõem a Cunha e o protegem das denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Da mesma forma que defendem o financiamento empresarial de campanha!

Nós do PSOL é que fazemos oposição quando essa outra oposição (PSDB e DEM) vota junto ao PT e ao PMDB. Por isso, para entender a política brasileira, governismo e oposição nem sempre são categorias suficientes. O importante é de que lado cada um está quando você, que precisa de salário, escolas, hospitais e direitos civis, precisa para isso do nosso voto no Congresso.




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