Por Ernesto Lopes
Em 2004,os herdeiros de Vinicius ede Moraes receberam R$ 256 mil pelos direitos autorais referentes às vendas de CD's e DVD's.Em 2007,a soma anual totalizou R$ 130 mil,uma redução de 51% na arrecadação.E,no ano passado,a família do compositor ganhou R$ 88 mil,quase um terço do valor registrado há sete anos.
Os números acima foram revelados por Georgina de Moraes,filha de Vinicius que divide com os irmãos a responsabilidade de zelar por mais de 300 músicase 400 poesias do artista.
A tarefa,por si só um grande desafio,torna-se cada dia mais difícil em tempos de crise na indústria do disco,duramente afetada pela pirataria e pelo download dec músicas na web.
Diante da queda vertiginosa nos repasses de direitos autorais,alguns sobrenomes de peso da MPB investem numa gestão empresarial do patrimônio herdado,como as famílias Moraes e Jobim.
Outros ainda brigam entre si pelo lucro obtido com as músicas,como é o caso de parentes de Raul Seixas,Tim Maia e Cartola.
Apesar de envolver discussão entre cinco herdeiros(Susana,Pedro,Georgina,Luciana e Maria),eles afirmam que nunca houve desentendimento grave nas decisões relacionadas ao legado do pai.
Os filhos optaram por criar a VM,em 1988.a empresa que negocia a obra do artista.As decisões são oficializadas por Georgina e a caçula Maria.
Vinicius morreu em 1980.No auge da venda de CD's,nos anos 90,o faturamento anual das gravadoras no País ultrapassava a marca de R$ 1 bilhão.Em 2000,passou a R$ 878 milhões.Na última pesquisa da Associação Brasileira de Produtores de Discos(ABPD),de 2009,as vendas somavam R$ 215 milhões.Em 10 anos,o comércio de CD's caiu de 93 milhões de unidades para 20 milhões.
Duzentos pedidos de autorização
No momento,a principal fonte de rendimentos para os herdeiros de Vinicius são os repasses do ECAD(Escritório Central de Arrecadação e Distribuição),que cobra pela execução de músicas transmitidas por rádios e TV's do País.
No ano de 2010,o valor chegou a R$ 376 mil.Mensalmente,os herdeiros recebem em torno de 200 pedidos de autorização para publicação de trechos da obra do compositor em livros,principalmente didáticos.Se a tiragem for pequena,eles não cobram pela concessão.
A VM diz ter sempre como primeiro impulso autorizar..Em vários casos,gratuitamente.Pela circulação da obra.
A rotina do escritório reúne alguns pedidos curiosos.Os publicitários,por exemplo,são atraídos,como que por instinto,pelos versos:"Era uma casa/Muito engraçada/Não tinha teto/Não tinha nada/Ninguém podia/Entrar nela não/Porque na casa/Não tinha chão."
A VM diz que os publicitários querem usar a música 'A Casa' em comerciais,mas mudando a letra.Normalmente,são propagandas de empresas de material de construção,diz Georgina,aos risos.Hoje,a resposta é sempre "não" para pedidos do gênero.
Parceria rende dor de cabeça
Na década de 60,Vinicius e Tom Jobim autorizaram o compositor americando Norman Gimbel a criar versões em inglês de alguns sucessos.A parceria rende dor de cabeça até ahoje.
Na divisão de direitos autorais no mercado internacional,Gimbel recebe até quando a música 'The girl from Ipanema' é executada na versão instrumental.O mesmo ocorre com outras canções adaptadas por ele para a lígua inglesa,como "Insensatez"("How insentive")e "Água de beber"("Drinking water").
Há cinco anos,os herdeiros de Vinicius e Tom entraram na justiça americana contra a Univarsal Publishing,braço editorial da gravadora,respónsável pelo contrato com Gimbel.
A VM já gastou US$ 260 mil com a ação nesse período.Estima-se que,no total,as duas famílias já desembolsaram mais de US$ 500 mil nesse imbróglio.
A VM considera um absurdo a falha no sistema de arrecadação que permite que Gimbel controle músicas dos dois autores brasileiros nos Estados Unidos.E diz que a questão não é dinheiro.É moral.Pois ele é só o versionista.Não é parte da criação original das músicas.E que isso é indissolúvel,e pertence aos autores originais.
Sufoco na ONG Viva Cazuza
No caso da obra de Cazuza,todos os direitos autorais são transferidos para a organização não-governamental administrada por sua mãe,Lucinha Araújo,que presta assistência a crianças portadoras do vírus HIV.
A Sociedade Viva Cazuza surgiu em 1990,após a morte do artista,sendo matida no início com a receita proveniente de suas músicas.A entidade vem sofrendo com a diminuição das verbas.
Segundo João Araújo,pai de Cazuza,ex-presidente da Som Livre e atual presidente de honra da ABPD,no começo as quantias arrecadadas pagavam com folgas os custos da Sociedade Viva Cazuza.Ms que recentemente já teve que botar dinheiro do próprio bolso para impedir o fechamento da ONG.
E se a arrecadação causa transtorno para herdeiros que convivem em harmonia,a situação piora quando estão em jogo disputas judiciais.
Carmelo,o filho de Tim Maia,assumiu a responsabilidade de administrar uma série de processos relacionados a dívidas deixadas pelo artista,que morreu em 1998.Ele também aguarda o desfecho da ação de investigação de paternidade proposta há dois anos por uma suposta filha de Tim.
Na família de Raul Seixas,a briga é entre sua viúva,Ângela Maria Affonso Costa,a Kika,e as duas primeiras filhas do artista:Simone Andrea O'Donoghue e Scarlet Vaquer Seixas.
A terceira herdeira éVivian,única filha de Raul com Kika.No processo,a viúva reinvidica uma participação maior na distribuição dos direitos autorais.
Para monitorar o uso do nome de Dorival Caymmi,um recurso usado por Danilo é a ferramenta do Google que rastreia tópicos relacionados a um determinado nome.
Danilo diz que,ainda assim,'tomou uma volta' em Salvador.'Um sujeito teria batizado um prédio por lá de Edifício Doravival Caymme'.Foi atrás,mas o construtor sumiu.
Na percepção de Danilo,há um senso-comum que avalia como algo errado remunerar um herdeiro pelos direitos autorais.O que considera absurdo.
Inspiração para os Caymmi
As gestões da Jobim Music e da VM serviram de inspiração para a Rosa Morena Edições Musicais,editora que responde pela obra de Dorival Caymmi.Após a morte do artista,em 2008,seus três filhos- os músicos Danilo,Nana e Dori - decidiram montar a empresa.Danilo se prontificou a assumir o comando,mas impôs uma condição.
Como a família tem o temperamento forte,Danilo só aceitou administrar com garantia de total autonomia nas decisões.
O assunto também desperta preocupação entre os Caymmi.No primeiro trimestre de 2011,eles receberam R$ 20 mil do ECAD pela execução pública das músicas do pai.Há cinco anos,o valor era três vezes maior.Pela venda de CD's,também nos primeiros três meses de 2001,a família ganhou menos de um salário mínimo da EMI(gravadora que comercializa 80% da obra de Caymmi).
Filho adotivo entra na justiça
O motorista Ronaldo Silva de Oliveira,60 anos,é filho adotivo do sambista Cartola e de Dona Zica.Ele processa na justiça Glória Regina,filha de Zica num relacionamento anterior a Cartola.
Em testamento,o compositor,que morreu em 1980,deixou a maior parte de seus bens,incluindo as músicas,para Dona Zica.A viúva,que morreu em 2003,repassou seu patrimônio para Glória Regina.
Ronaldo reivindica,no mínimo,62,5 % dos direitos autorais.Mas,por enquanto,ninguém recebe nada,toda a arrecadação é depositada em juízo.
Os dois lados dizem que ofereceram acordo de divisão igual e que não foi aceito.Muita contradição.
O filho de Cartola e a neta de Dona Zica,Nilcemar Nogueira,choram ao falar do assunto e dizem querer resolver tudo da melhor forma,'por respeito a memória de Cartola e Dona Zica',porém não chegam a um acordo.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
"Maria Bethania,Bebel Gilberto,Ana De Holanda-está na hora de pararmos de fazer "campanhas" contra gente de bem e começarmos a discutir políticas públicas para a cultura"
Já tive que devolver verbas à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) algumas vezes. Sou professor e, quando vou a um congresso, dependo do dinheiro das agências financiadoras. Há basicamente três rubricas envolvidas no processo: diárias, transportes e seguro de saúde. Mais simples, impossível.
Mesmo assim, erro. Veja se você também não ficaria na dúvida. Imagine que, por razões de trabalho, tivesse que tomar o avião no dia 5, digamos, chegar em Madri no dia 6, e só pegar a conexão para Viena no meio da tarde. Lá, tem que tomar um trem para uma cidadezinha no interior da Áustria. Como já anoiteceu e você está morto de cansaço, dorme em Viena e segue no dia 7 de manhãzinha para o seu Congresso.
E então? A diária começa a ser paga no dia 6, quando você chegou ao país de destino, ou no dia 7, quando começou o evento? Eu incluí o dia 6 na conta. Errei feio. Nenhum grande drama. A carta com a cobrança chegou, no dia seguinte fiz um depósito, e o assunto encerrou-se aí.
A Fapesp, vejam bem, é uma ilha de eficiência. Regras claras e simples, burocracia azeitadíssima, julgamentos imparciais. De minha parte, juro por todos os santos e beatos que não quis embolsar indevidamente dinheiro público. Enganei-me.
Aconteceu comigo, acontece com todo mundo de vez em quando. Alguém tem dúvidas de que foi exatamente isso que aconteceu com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda? Existe alguma justificativa para o TAMANHO da polêmica que se formou em torno dessa picuinha?
O caso da Bebel Gilberto é ainda mais grave. Ou mais ridículo, sei lá. Um projeto demora um bom tempo para ser elaborado, e mais tempo ainda para tramitar no Ministério da Cultura (Minc). O projeto de Bebel [sobrinha da ministra da Cultura] já deveria estar rodando pelo ministério há um bom tempo quando Ana de Hollanda assumiu o cargo. Ela não tem nada a ver com a aprovação do projeto. Nada. Há um parecer elaborado por um relator, e um comitê que aprova ou reprova o projeto com base naquele parecer. A ministra assina. Só isso.
O que esperavam que ela fizesse? Que contrariasse o parecer do comitê? Essa gente ficou louca?
Repete-se agora a mesma escalada de insensatez a que assistimos no caso do blog de Maria Bethania.
De que a lei Rouanet esteja superada, acho que nem mesmo o professor Sérgio Rouanet tem dúvidas. Ela foi usada, por exemplo, para financiar a vinda do Cirque du Soleil ao Brasil. Isso mesmo. O Circo multimilionário usou dinheiro do contribuinte brasileiro (9,4 milhões, para ser mais preciso) para financiar suas apresentações. Livros luxuosos de fotografias dados de brinde de final de ano têm invariavelmente o logo do Minc na página de rosto.
Pagamos os mimos que bancos e grandes empresas dão a seus melhores clientes. Sai de graça. Eu pago o seu, você paga o meu, e nenhum de nós dois paga imposto. Custo zero – às nossas custas.
O projeto da Bethania era maravilhoso. Um blog alimentado todos os dias por poesias, utilizando a imagem pública e o talento da cantora para impulsionar o número de acessos. Tinha tudo para dar certo. Os preços eram relativamente baixos. O cachê da Bethânia absolutamente COMPATÍVEL com o trabalho a ser realizado – 50 mil por mês ao longo de 12 meses. Ela ganha o dobro disso numa noite.
Onde é que está o abuso? Alguém pediu para o Cirque du Soleil cobrar preços simbólicos pelo trabalho de seus artistas? Por que deveria ser diferente com uma das maiores cantoras da história de nossa música popular?
Essas “campanhas” conduzidas em uníssono contra pessoas de bem têm que acabar.
Vamos discutir a lei Rouanet? Não é preciso arrastar o nome de ninguém na lama para isso. Basta apresentar argumentos, alternativas.
Vamos discutir as mudanças imprimidas por Ana de Hollanda na condução do Minc? É tudo que NÃO se tem discutido.
Seus inimigos preferem a estratégia rasteira de sufocá-la em irrelevâncias repetidas à exaustão, sem nunca levar a efeito uma discussão substantiva das políticas públicas para a cultura que desejamos para o Brasil.
Jotavê
Mesmo assim, erro. Veja se você também não ficaria na dúvida. Imagine que, por razões de trabalho, tivesse que tomar o avião no dia 5, digamos, chegar em Madri no dia 6, e só pegar a conexão para Viena no meio da tarde. Lá, tem que tomar um trem para uma cidadezinha no interior da Áustria. Como já anoiteceu e você está morto de cansaço, dorme em Viena e segue no dia 7 de manhãzinha para o seu Congresso.
E então? A diária começa a ser paga no dia 6, quando você chegou ao país de destino, ou no dia 7, quando começou o evento? Eu incluí o dia 6 na conta. Errei feio. Nenhum grande drama. A carta com a cobrança chegou, no dia seguinte fiz um depósito, e o assunto encerrou-se aí.
A Fapesp, vejam bem, é uma ilha de eficiência. Regras claras e simples, burocracia azeitadíssima, julgamentos imparciais. De minha parte, juro por todos os santos e beatos que não quis embolsar indevidamente dinheiro público. Enganei-me.
Aconteceu comigo, acontece com todo mundo de vez em quando. Alguém tem dúvidas de que foi exatamente isso que aconteceu com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda? Existe alguma justificativa para o TAMANHO da polêmica que se formou em torno dessa picuinha?
O caso da Bebel Gilberto é ainda mais grave. Ou mais ridículo, sei lá. Um projeto demora um bom tempo para ser elaborado, e mais tempo ainda para tramitar no Ministério da Cultura (Minc). O projeto de Bebel [sobrinha da ministra da Cultura] já deveria estar rodando pelo ministério há um bom tempo quando Ana de Hollanda assumiu o cargo. Ela não tem nada a ver com a aprovação do projeto. Nada. Há um parecer elaborado por um relator, e um comitê que aprova ou reprova o projeto com base naquele parecer. A ministra assina. Só isso.
O que esperavam que ela fizesse? Que contrariasse o parecer do comitê? Essa gente ficou louca?
Repete-se agora a mesma escalada de insensatez a que assistimos no caso do blog de Maria Bethania.
De que a lei Rouanet esteja superada, acho que nem mesmo o professor Sérgio Rouanet tem dúvidas. Ela foi usada, por exemplo, para financiar a vinda do Cirque du Soleil ao Brasil. Isso mesmo. O Circo multimilionário usou dinheiro do contribuinte brasileiro (9,4 milhões, para ser mais preciso) para financiar suas apresentações. Livros luxuosos de fotografias dados de brinde de final de ano têm invariavelmente o logo do Minc na página de rosto.
Pagamos os mimos que bancos e grandes empresas dão a seus melhores clientes. Sai de graça. Eu pago o seu, você paga o meu, e nenhum de nós dois paga imposto. Custo zero – às nossas custas.
O projeto da Bethania era maravilhoso. Um blog alimentado todos os dias por poesias, utilizando a imagem pública e o talento da cantora para impulsionar o número de acessos. Tinha tudo para dar certo. Os preços eram relativamente baixos. O cachê da Bethânia absolutamente COMPATÍVEL com o trabalho a ser realizado – 50 mil por mês ao longo de 12 meses. Ela ganha o dobro disso numa noite.
Onde é que está o abuso? Alguém pediu para o Cirque du Soleil cobrar preços simbólicos pelo trabalho de seus artistas? Por que deveria ser diferente com uma das maiores cantoras da história de nossa música popular?
Essas “campanhas” conduzidas em uníssono contra pessoas de bem têm que acabar.
Vamos discutir a lei Rouanet? Não é preciso arrastar o nome de ninguém na lama para isso. Basta apresentar argumentos, alternativas.
Vamos discutir as mudanças imprimidas por Ana de Hollanda na condução do Minc? É tudo que NÃO se tem discutido.
Seus inimigos preferem a estratégia rasteira de sufocá-la em irrelevâncias repetidas à exaustão, sem nunca levar a efeito uma discussão substantiva das políticas públicas para a cultura que desejamos para o Brasil.
Jotavê
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segunda-feira, 11 de abril de 2011
Deputado emprega vereador
Por Diego Casagrande
Um vereador deveria ter o mandato voltado exclusivamente para atender às necessidades dos eleitores,fiscalizar o Executivo e participar das reuniões de comissões permanentes ?
Para o vereador de São Domingos do Norte,Evanildo Piffer (PT do B),a resposta é não.Ele acumula a função com a de assessor parlamentar do deputado Henrique Vargas (PRP/foto) ,que assumiu seu primeiro mandato no legislativo estadual no dia primeiro de fevereiro deste ano.
O vereador recebe da Câmara de Vereadores um salário mensal de R$2.800,para trabalhar duas vezes por mês,nas sessões que acontecem de 15 em 15 dias.
"Consigo conciliar bem as duas funções.Nunca faltei a nenhum deia de trabalho na Assembléia Legislativa.Duas vezes por mês,preciso sair às 14 horas para chegar a tempo na secão da Câmara,mas compenso esse horário fazendo menos horas de almoço",contou Evanildo.
Para atuar como chefe de gabinete (supervisor geral de gabinete parlamentar) ,Evanildo recebe R$ 7008,60 e disse que atua dentro da legalidade.
"Sou funcionário efetivo da Prefeitura de São Domingos do Norte e trouxe meu vínculo de lá pra cá.Consutei a assessoria jurídica da Câmara e da Assembléia Legislativa.Está tudo dentro da legalidade",defendeu-se o vereador.
Indagado como fazia para atender os eleitores, já que tem mandato em São Domingos do Norte mas passa a semana na Grande Vitória ,o vereador respondeu que faz contatos por telefone.
Eu atendo eles aqui,pelo telefone mesmo.Toda hora me ligam e aí resolvo os problemas.Também nos finais de semana e depois e depois das sessões faço atendimento à população",garantiu Piffer,que disse que não é repreendido por Henrique Vargas,mesmo fazendo os contatos na hora do trabalho.
O deputado elogiou a atuação de seu assessor."Ele é um cara que faz a interlocução com outros políticos.Faz um trabalho sensacional.E,por ele atuar como vereador,não há impedimento em trabalhar conosco já que as sessões são de 15 em 15 dias",disse o deputado
Artigo 38 da Constituição Federal
I - Tratando-se de mandato eletivo(...) ficará afastado de seu cargo,emprego ou função;II - investindo no mandato de prefeito,será afastado do cargo,emprego ou função,sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III - investindo no mandato de vereador,havendo compatibilidade de horários,perceberá a s vantagens de seu cargo,emprego ou função,sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,e,não havendo compatibilidade,será aplicada a norma do inciso anterior.
Um vereador deveria ter o mandato voltado exclusivamente para atender às necessidades dos eleitores,fiscalizar o Executivo e participar das reuniões de comissões permanentes ?
Para o vereador de São Domingos do Norte,Evanildo Piffer (PT do B),a resposta é não.Ele acumula a função com a de assessor parlamentar do deputado Henrique Vargas (PRP/foto) ,que assumiu seu primeiro mandato no legislativo estadual no dia primeiro de fevereiro deste ano.
O vereador recebe da Câmara de Vereadores um salário mensal de R$2.800,para trabalhar duas vezes por mês,nas sessões que acontecem de 15 em 15 dias.
"Consigo conciliar bem as duas funções.Nunca faltei a nenhum deia de trabalho na Assembléia Legislativa.Duas vezes por mês,preciso sair às 14 horas para chegar a tempo na secão da Câmara,mas compenso esse horário fazendo menos horas de almoço",contou Evanildo.
Para atuar como chefe de gabinete (supervisor geral de gabinete parlamentar) ,Evanildo recebe R$ 7008,60 e disse que atua dentro da legalidade.
"Sou funcionário efetivo da Prefeitura de São Domingos do Norte e trouxe meu vínculo de lá pra cá.Consutei a assessoria jurídica da Câmara e da Assembléia Legislativa.Está tudo dentro da legalidade",defendeu-se o vereador.
Indagado como fazia para atender os eleitores, já que tem mandato em São Domingos do Norte mas passa a semana na Grande Vitória ,o vereador respondeu que faz contatos por telefone.
Eu atendo eles aqui,pelo telefone mesmo.Toda hora me ligam e aí resolvo os problemas.Também nos finais de semana e depois e depois das sessões faço atendimento à população",garantiu Piffer,que disse que não é repreendido por Henrique Vargas,mesmo fazendo os contatos na hora do trabalho.
O deputado elogiou a atuação de seu assessor."Ele é um cara que faz a interlocução com outros políticos.Faz um trabalho sensacional.E,por ele atuar como vereador,não há impedimento em trabalhar conosco já que as sessões são de 15 em 15 dias",disse o deputado
Artigo 38 da Constituição Federal
I - Tratando-se de mandato eletivo(...) ficará afastado de seu cargo,emprego ou função;II - investindo no mandato de prefeito,será afastado do cargo,emprego ou função,sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III - investindo no mandato de vereador,havendo compatibilidade de horários,perceberá a s vantagens de seu cargo,emprego ou função,sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,e,não havendo compatibilidade,será aplicada a norma do inciso anterior.
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sexta-feira, 8 de abril de 2011
Justiça condena José Ignacio e Maria Helena
A Justiça condenou o ex-governador José Ignacio Ferreira,a ex-primeira dama Maria Helena Ruy Ferreira (então secretária de Trabalho e Ação Social) e o ex-vice governador Celso José de Vasconcellos por suposto desvio de quase um milhão de reais do Fundo de Amparo ao Trabalhador(FAT),em 1999.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF),eles utilizaram o dinheiro para contratações irregulares de cabos eleitorais que teriam atuado na campanha do ex-governador ,além de amigos e familiares.
Os três foram condenados ao ressarcimento corrigido do valor desviado,multa em cem vezes a remuneração atual dos cargos que ocupavam no governo na época,perda da função pública,suspensão dos direitos políticos por cinco anos e proibiçãode contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos por três anos.
A Secretaria de Trabalho e Ação Social,à época,recebeu R$ 878 mil reais para serem utilizados na qualificação de mais de 10 milpessoas.Contudo,foi celebrado um convênio com uma fundação como mero artifício para empregar pessoas para campanha.
Pedro Callegario
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF),eles utilizaram o dinheiro para contratações irregulares de cabos eleitorais que teriam atuado na campanha do ex-governador ,além de amigos e familiares.
Os três foram condenados ao ressarcimento corrigido do valor desviado,multa em cem vezes a remuneração atual dos cargos que ocupavam no governo na época,perda da função pública,suspensão dos direitos políticos por cinco anos e proibiçãode contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos por três anos.
A Secretaria de Trabalho e Ação Social,à época,recebeu R$ 878 mil reais para serem utilizados na qualificação de mais de 10 milpessoas.Contudo,foi celebrado um convênio com uma fundação como mero artifício para empregar pessoas para campanha.
Pedro Callegario
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quinta-feira, 31 de março de 2011
JAIR BOLSONARO E SEUS ABSURDOS EM 2000
Publicação da revista ISTOÉ GENTE de 14 de fevereiro de 2000
"Eu defendo a tortura"
O deputado que defende fuzilamento de FHC ficou 28 anos sem falar com o pai alcoólatra
Cláudia Carneiro
Entre os companheiros de quartel no Rio de Janeiro, o capitão reservista do Exército Jair Messias Bolsonaro era conhecido como "cavalão". Seu porte atlético, em 1,86 metro de altura e 75 quilos, desenvolvido nos exercícios da Escola de Educação Física do Exército, garantiu-lhe o título de pentatleta das Forças Armadas. Mas foi a língua solta que o ajudou a ganhar fama nacional, quando começou a questionar governos, há mais de uma década, para defender a corporação à qual pertenceu. Nas últimas semanas, manteve o hábito de causar polêmica ao propor o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso. No terceiro mandato federal, eleito com 103 mil votos, o deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ), 44 anos, abre fogo contra colegas da Câmara dos Deputados que combateram a ditadura militar, defende a tortura, a censura e a pena de morte e não se arrepende de ter pregado o fuzilamento do presidente. Pai de três filhos adolescentes com a primeira mulher, Rogéria Bolsonaro, e de um bebê com a segunda, Cristina, 32 anos, Bolsonaro revela em entrevista a Gente que sonha disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro. "Mas eu não estou preocupado em ser prefeito. Eu quero é espaço."
Teme algum dia ser cassado por suas declarações?
Não. Se um soldado está na guerra e tem medo de morrer, é um covarde. Se eu fosse cassado, seria o parlamentar cortando seu próprio direito de opinião, palavra e voto. Tenho poucos inimigos dentro da Câmara.
Ainda acha que o presidente deveria ser fuzilado?
Eu não errei em falar isso naquele local, naquela oportunidade e naquele momento. E acho que tenho o direito de falar. Eu não xinguei o presidente, nem disse que ele não conhece o pai dele. Acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas.
Isso não é incitação ao crime?
Se eu estivesse conspirando, não falaria isso. Não é difícil matar o presidente. Só tem que ter coragem. O esquema de segurança dele é falho. Por exemplo, tenho uma casa no litoral em Mambucabinha, próxima do local onde ele passeia quando vai a Angra dos Reis. Sou primeiro lugar no curso de mergulho do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Bastava planejar. E as chances de sucesso de se cumprir a missão são grandes. Não é difícil eliminar uma autoridade no País. Isso até serve para alertar o presidente.
Como isso seria feito?
Tudo depende de planejamento. Pode-se pegar uma arma com mira e matar o presidente em Brasília. Com uma besta (espécie de arco e flecha) dá para eliminar uma pessoa a 200 metros. Até com um canivete dá para chegar no cangote do presidente. Mas quero deixar claro que não estou incitando ninguém a fazer. E não tenho nenhum plano para eliminar o presidente. Eu não partiria para uma missão suicida.
O senhor fuzilou alguém?
Não. Eu já saquei arma uma vez. Estava indo a pé para o quartel, no Rio, por volta da meia-noite, e vi que estava sendo perseguido. O elemento então saiu correndo. Devia ser um ladrão barato.
Seus colegas de Congresso o consideram uma pessoa truculenta. Como o senhor é em casa?
Nunca bati na ex-mulher. Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes. Também nunca dei um tapa num filho. Gosto de chamar para conversar, contar piadas.
O que levou ao fim seu casamento de 19 anos?
Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Ela era uma dona-de-casa. Por minha causa, teve 7 mil votos na eleição. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a freqüentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores.
Não era uma atitude impositiva de sua parte?
Foi um compromisso. Eu a elegi. Ela tinha que seguir minhas idéias. Acho que sempre fui muito paciente e ela não soube respeitar o poder e liberdade que lhe dei. Mas estou muito feliz na minha segunda relação. Vivo muito bem com a Cristina.
O que o senhor acha da legalização do topless?
Não sou contra, não. Desde que seja com a mulher dos outros. Depois que todas as mulheres estiverem usando, aí a minha poderá usar. O fio dental foi um escândalo e hoje é normal. Tudo é evolução.
E sobre a legalização do aborto?
Tem de ser uma decisão do casal.
O senhor já viveu tal situação?
Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó. (Bolsonaro aponta para a foto no mural de seu filho mais novo, Jair Renan, de 1 ano e meio, com Cristina.)
O senhor segue alguma religião?
Eu acredito em Deus. Sou católico. Mas é coisa rara ir à Igreja. Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler. Você tem bons exemplos ali. Está escrito: "A árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo". Eu sou favorável à pena de morte.
Pena de morte é a solução?
Acho que um elemento que pratica um crime premeditado não pode ter direitos humanos. O José Gregori (secretário nacional dos Direitos Humanos) fala em indenizar os familiares dos 111 mortos no Carandiru. E ele não dá uma palavra às viúvas e órfãos que os 111 fizeram em sua vida de marginalidade.
A polícia agiu corretamente no Carandiru?
Continuo achando que perdeu-se a oportunidade de matar mil lá dentro. Pena de morte deve ser aplicada para qualquer crime premeditado.
Isto inclui tráfico de droga?
Aí é outra história, aí eu defendo a tortura. A pena de morte vai inibir o crime. Nunca vi alguém executado na cadeira elétrica voltar a matar alguém. É um a menos.
Em que outras situações o senhor defende a tortura?
Um traficante que age nas ruas contra nossos filhos tem que ser colocado no pau-de-arara imediatamente. Não tem direitos humanos nesse caso. É pau-de-arara, porrada. Para seqüestrador, a mesma coisa. O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico.
E a tortura praticada pela ditadura militar?
Admito que houve alguns abusos do regime militar, mas a tortura não foi em cima de um simples preso político. Aquelas pessoas estavam armadas e matavam. Só na Guerrilha do Araguaia perdemos 16 militares.
O senhor disse que o deputado José Genoino (PT-SP) era mentiroso e delatou seus companheiros da Guerrilha do Araguaia. O senhor tem provas?
Tenho informações seguras. Eu tenho orgulho de dizer que não fui um Genoino da vida, um deputado mariposa. O Genoino fala que pegou em armas por dois anos. O que ele fez nesses dois anos? Assaltou bancos, seqüestrou? Quantos ele matou?
O que pensa sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo?
Eu sou contra. Não posso admitir abrir a porta do meu apartamento e topar com um casal gay se despedindo com beijo na boca, e meu filho assistindo a isso.
Tem algum homossexual na família?
Graças a Deus, não. Eu desconheço. Se tivesse, nem quero pensar.
E como o senhor trata da liberação sexual com seus filhos?
Certas coisas não se pode ser contra ou a favor. Prefiro que um filho meu leve uma namoradinha para dentro de minha casa, num dia que eu não esteja lá, do que ele ser rendido na rua e assassinado dentro de um carro.
Como foi que o senhor perdeu a virgindade?
Com 17 anos de idade. Meio tarde, né? Meus filhos vão pegar no meu pé por causa disso. Eu estava na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Ninguém tinha dinheiro. Juntávamos uns 20 alunos, fazíamos um sorteio, íamos para o baixo meretrício e os cinco sorteados faziam fila com a mesma mulher.
Seu pai era agressivo em casa?
Eu não conversava com ele (Percy Geraldo Bolsonaro, morto em 1995) até os 28 anos de idade. Ele bebia descaradamente e brigava muito em casa, com minha mãe e os filhos. Mas nunca bateu em filho. Um dia constatei que não iria mudá-lo. Resolvi pagar uma pinga para ele. Nos tornamos grandes amigos.
Por que decidiu ser militar?
Por causa do Lamarca. Eu tinha 15 anos de idade, usava cabelo com gumex, calça boca-de-sino, sapato "cavalo de aço", quando o Lamarca passou por Eldorado Paulista, em 1970. O Exército chegou lá. Eu então conheci e me apaixonei pelo Exército brasileiro.
Pretende disputar nova eleição para a Câmara?
Tenho que ficar com os cabelos mais brancos para um dia tentar um cargo no Executivo. Na Prefeitura do Rio de Janeiro, para eu fazer meu nome. Daí, quando perguntarem sobre enchente num debate, eu vou responder sobre reservas indígenas. Não estou preocupado em ser prefeito, eu quero espaço, quero mostrar o que a mídia não mostra.
"Eu defendo a tortura"
O deputado que defende fuzilamento de FHC ficou 28 anos sem falar com o pai alcoólatra
Cláudia Carneiro
Foto: Roberto Jayme |
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Entre os companheiros de quartel no Rio de Janeiro, o capitão reservista do Exército Jair Messias Bolsonaro era conhecido como "cavalão". Seu porte atlético, em 1,86 metro de altura e 75 quilos, desenvolvido nos exercícios da Escola de Educação Física do Exército, garantiu-lhe o título de pentatleta das Forças Armadas. Mas foi a língua solta que o ajudou a ganhar fama nacional, quando começou a questionar governos, há mais de uma década, para defender a corporação à qual pertenceu. Nas últimas semanas, manteve o hábito de causar polêmica ao propor o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso. No terceiro mandato federal, eleito com 103 mil votos, o deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ), 44 anos, abre fogo contra colegas da Câmara dos Deputados que combateram a ditadura militar, defende a tortura, a censura e a pena de morte e não se arrepende de ter pregado o fuzilamento do presidente. Pai de três filhos adolescentes com a primeira mulher, Rogéria Bolsonaro, e de um bebê com a segunda, Cristina, 32 anos, Bolsonaro revela em entrevista a Gente que sonha disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro. "Mas eu não estou preocupado em ser prefeito. Eu quero é espaço."
Teme algum dia ser cassado por suas declarações?
Não. Se um soldado está na guerra e tem medo de morrer, é um covarde. Se eu fosse cassado, seria o parlamentar cortando seu próprio direito de opinião, palavra e voto. Tenho poucos inimigos dentro da Câmara.
Ainda acha que o presidente deveria ser fuzilado?
Eu não errei em falar isso naquele local, naquela oportunidade e naquele momento. E acho que tenho o direito de falar. Eu não xinguei o presidente, nem disse que ele não conhece o pai dele. Acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas.
Isso não é incitação ao crime?
Se eu estivesse conspirando, não falaria isso. Não é difícil matar o presidente. Só tem que ter coragem. O esquema de segurança dele é falho. Por exemplo, tenho uma casa no litoral em Mambucabinha, próxima do local onde ele passeia quando vai a Angra dos Reis. Sou primeiro lugar no curso de mergulho do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Bastava planejar. E as chances de sucesso de se cumprir a missão são grandes. Não é difícil eliminar uma autoridade no País. Isso até serve para alertar o presidente.
Como isso seria feito?
Tudo depende de planejamento. Pode-se pegar uma arma com mira e matar o presidente em Brasília. Com uma besta (espécie de arco e flecha) dá para eliminar uma pessoa a 200 metros. Até com um canivete dá para chegar no cangote do presidente. Mas quero deixar claro que não estou incitando ninguém a fazer. E não tenho nenhum plano para eliminar o presidente. Eu não partiria para uma missão suicida.
O senhor fuzilou alguém?
Não. Eu já saquei arma uma vez. Estava indo a pé para o quartel, no Rio, por volta da meia-noite, e vi que estava sendo perseguido. O elemento então saiu correndo. Devia ser um ladrão barato.
Seus colegas de Congresso o consideram uma pessoa truculenta. Como o senhor é em casa?
Nunca bati na ex-mulher. Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes. Também nunca dei um tapa num filho. Gosto de chamar para conversar, contar piadas.
O que levou ao fim seu casamento de 19 anos?
Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Ela era uma dona-de-casa. Por minha causa, teve 7 mil votos na eleição. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a freqüentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores.
Não era uma atitude impositiva de sua parte?
Foi um compromisso. Eu a elegi. Ela tinha que seguir minhas idéias. Acho que sempre fui muito paciente e ela não soube respeitar o poder e liberdade que lhe dei. Mas estou muito feliz na minha segunda relação. Vivo muito bem com a Cristina.
O que o senhor acha da legalização do topless?
Não sou contra, não. Desde que seja com a mulher dos outros. Depois que todas as mulheres estiverem usando, aí a minha poderá usar. O fio dental foi um escândalo e hoje é normal. Tudo é evolução.
E sobre a legalização do aborto?
Tem de ser uma decisão do casal.
O senhor já viveu tal situação?
Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó. (Bolsonaro aponta para a foto no mural de seu filho mais novo, Jair Renan, de 1 ano e meio, com Cristina.)
O senhor segue alguma religião?
Eu acredito em Deus. Sou católico. Mas é coisa rara ir à Igreja. Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler. Você tem bons exemplos ali. Está escrito: "A árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo". Eu sou favorável à pena de morte.
Pena de morte é a solução?
Acho que um elemento que pratica um crime premeditado não pode ter direitos humanos. O José Gregori (secretário nacional dos Direitos Humanos) fala em indenizar os familiares dos 111 mortos no Carandiru. E ele não dá uma palavra às viúvas e órfãos que os 111 fizeram em sua vida de marginalidade.
A polícia agiu corretamente no Carandiru?
Continuo achando que perdeu-se a oportunidade de matar mil lá dentro. Pena de morte deve ser aplicada para qualquer crime premeditado.
Isto inclui tráfico de droga?
Aí é outra história, aí eu defendo a tortura. A pena de morte vai inibir o crime. Nunca vi alguém executado na cadeira elétrica voltar a matar alguém. É um a menos.
Em que outras situações o senhor defende a tortura?
Um traficante que age nas ruas contra nossos filhos tem que ser colocado no pau-de-arara imediatamente. Não tem direitos humanos nesse caso. É pau-de-arara, porrada. Para seqüestrador, a mesma coisa. O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico.
E a tortura praticada pela ditadura militar?
Admito que houve alguns abusos do regime militar, mas a tortura não foi em cima de um simples preso político. Aquelas pessoas estavam armadas e matavam. Só na Guerrilha do Araguaia perdemos 16 militares.
O senhor disse que o deputado José Genoino (PT-SP) era mentiroso e delatou seus companheiros da Guerrilha do Araguaia. O senhor tem provas?
Tenho informações seguras. Eu tenho orgulho de dizer que não fui um Genoino da vida, um deputado mariposa. O Genoino fala que pegou em armas por dois anos. O que ele fez nesses dois anos? Assaltou bancos, seqüestrou? Quantos ele matou?
O que pensa sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo?
Eu sou contra. Não posso admitir abrir a porta do meu apartamento e topar com um casal gay se despedindo com beijo na boca, e meu filho assistindo a isso.
Tem algum homossexual na família?
Graças a Deus, não. Eu desconheço. Se tivesse, nem quero pensar.
E como o senhor trata da liberação sexual com seus filhos?
Certas coisas não se pode ser contra ou a favor. Prefiro que um filho meu leve uma namoradinha para dentro de minha casa, num dia que eu não esteja lá, do que ele ser rendido na rua e assassinado dentro de um carro.
Como foi que o senhor perdeu a virgindade?
Com 17 anos de idade. Meio tarde, né? Meus filhos vão pegar no meu pé por causa disso. Eu estava na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Ninguém tinha dinheiro. Juntávamos uns 20 alunos, fazíamos um sorteio, íamos para o baixo meretrício e os cinco sorteados faziam fila com a mesma mulher.
Seu pai era agressivo em casa?
Eu não conversava com ele (Percy Geraldo Bolsonaro, morto em 1995) até os 28 anos de idade. Ele bebia descaradamente e brigava muito em casa, com minha mãe e os filhos. Mas nunca bateu em filho. Um dia constatei que não iria mudá-lo. Resolvi pagar uma pinga para ele. Nos tornamos grandes amigos.
Por que decidiu ser militar?
Por causa do Lamarca. Eu tinha 15 anos de idade, usava cabelo com gumex, calça boca-de-sino, sapato "cavalo de aço", quando o Lamarca passou por Eldorado Paulista, em 1970. O Exército chegou lá. Eu então conheci e me apaixonei pelo Exército brasileiro.
Pretende disputar nova eleição para a Câmara?
Tenho que ficar com os cabelos mais brancos para um dia tentar um cargo no Executivo. Na Prefeitura do Rio de Janeiro, para eu fazer meu nome. Daí, quando perguntarem sobre enchente num debate, eu vou responder sobre reservas indígenas. Não estou preocupado em ser prefeito, eu quero espaço, quero mostrar o que a mídia não mostra.
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quarta-feira, 30 de março de 2011
Caso Cassaro: senteça deve ser decretada somente nesta quinta
Por Dalila Travaglia (dalila@eshoje.com.br)
O segundo dia de júri sobre o assasinato do então prefeito de São Gabriel da Palha, Anastácio Cassaro, pode ser definitivo para o destino de um dos acusados. Carlos Smith Frota é um dos cinco acusados pelo crime, e o único que está sendo julgado. Durante toda a manhã desta quarta-feira (30) uma testemunha foi ouvida. Estima-se que outra seja ouvida a tarde, além do réu.
Durante todo o dia de terça-feira (29), três testemunhas foram ouvidas. A filha do ex-prefeito, Sandra Cassaro acredita que ainda nesta quarta seja fechado o julgamento. "O juiz está fazendo uma reconstituição do caso, trabalhando o processo como um todo. Espero que ainda hoje (quarta) saia a sentença", declarou.
Todos os acusados de partipação no crime deveriam estar sendo julgados, no entanto, quatro dos cinco réus no processo estavam sem advogados. Dois deles alegaram que o mesmo advogado estava com problemas de saúde e não pode comparecer. O advogado José Pedro de Barreto defenderia os acusados Fernando Lourenço de Martins e Edvaldo Lopes de Vargas, porém uma cirurgia de urgência fez com que ele se ausentasse do compromisso.
Os outros dois, Jorge Antônio Costa e Luis Carlos Darós, afirmaram não ter condições para pagar um defensor. O juiz entendeu que os quatro acusados não tinham condições de ir a juri, e os liberou do Fórum. De acordo com Sandra, essa foi uma manobra argilosa, onde eles usaram de muita esperteza.
O julgamento dos quatro acusados, foi adiado para o dia sete de junho.
Relembre o caso. Anastácio Cassaro foi morto em 3 de abril de 1986, com dois tiros na cabeça, dentro de seu automóvel, em Goiabeiras, Vitória. Na época do crime, a promotoria entendeu que o motivo seria o interesse público. O prefeito teria sido assassinato para que o vice Firmino Martins ocupasse seu cargo.
Martins, no entanto, com 86 anos, foi liberado pela justiça, com o pedido de crime prescrito. Até 2009, o processo estava parado. Na época do crime Sandra Cassaro tinha 20 anos, e afirmou não saber o teor do processo. Em 2009 ela fez uma denúncia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e conseguiu retomar o caso. A filha da vítima relembra que o pai era muito querido na cidade, conhecido como "estufa urna" no município.
Movimentos Solidários. Grupos ativistas contra a violência de sete estados do país estavam no juri nesta terça-feira (29) para apoiar a família Cassaro. Hiper Carneiro é de João Pessoa (PB), e representa o grupo "Mães no Dor". Ela teve a filha Aryane Thaís assassinada grávida há 11 meses pelo namorado. Ela afirmou que voltará ao estado para o julgamento dos outros quatro acusados em junho. "É necessário dar esse apoio, só quem perde um ente sabe a dor. Enquanto vida eu tiver vou clamar essa vóz que não cala", declarou.
O grupo Movimento pela Vida (Movida), estava representado pela paraense Andrelina Pereira, que perdeu o filho também assassinado em 2008. O pai de Gabriela Prado Maia, Carlos Santiago, do movimento "Gabriela sou da Paz" morta por bala perdida no Rio de janeiro há 8 anos, também reforçava o apoio e solidariedade a família Cassaro.
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segunda-feira, 28 de março de 2011
Médicos fecham Hospital São Lucas e denunciam superlotação na unidade
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"A Central Reguladora de Vagas não está oferecendo vagas, a Secretaria de Saúde não está comprando vagas e então acontece essa superlotação de pacientes pelos corredores do Hospital São Lucas, que está parecendo um campo de guerra. Está parecendo um hospital de batalha com pacientes graves, politraumatizados e pacientes com respiradores de uma UTI móvel do Samu", relata Otto Batista, presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes).
Durante a interdição, um paciente com politraumatismo provocado por acidente foi levado para hospital, mas ficou sem atendimento e não resistiu ao ferimento. De acordo com o presidente do Simes, a morte poderia ter sido evitada. "Esse paciente que chegou na noite deste domingo veio a óbito pela carência de materiais para atender urgência ou emergência. Mesmo não sendo paciente grave, politraumatizado, ele precisa de um atendimento digno. O paciente precisa ter um setor de equipamentos que venham corresponder àquela gravidade", afirma o Otto.
O sindicato vai recorrer ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público. "Tivemos que apelar para o Boletim de Ocorrência na polícia para fechar a porta do hospital porque não tem condições de trabalho. Agora nós queremos a interdição ética até que tudo se resolva e os responsáveis respondam por esses atos", declara o médico.
Na opinião do presidente do Simes, o Governo do Estado seria uma alternativa para minimizar a superlotação no Hospital São Lucas a custo prazo. "Existe um processo que está nas mãos do Governador em relação a uma clínica de cirurgia plástica na Enseada do Suá. Ela foi desapropriada, está para receber uma indenização dessa desapropriação e já está tramitando há alguns meses. No local tem 50 leitos e pode comportar 200 leitos, além de ter uma UTI com toda a estrutura para sete leitos. Está aí a alternativa e agora falta vontade política do governador e fazer com que essa unidade possa absorver os pacientes que estão nos corredores das unidades da Grande Vitória", finaliza o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado.
Folha Vitória
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