Blog I'unitá Brasil

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Prefeitos pretendem acionar a Justiça

A Tribuna - Vitoria , ES , 21 de outubro de 2012


Próxima semana, representantes das prefeituras vão se reunir para avaliar a aprovação do Senado, detalhar as perdas para o Estado e fechar estratégias para acionar a Justiça.
Quem deve liderar o grupo é o prefeito de Anchieta, representante da área de petróleo e gás da Amunes.
Anchieta tem hoje a quarta maior arrecadação do Espírito Santo, perdendo apenas para Presidente Kenedy, Linhares e Itapemirim.
 

Municípios perderão até metade do que recebem

A Tribuna -Vitória , ES , 21 de outubro de 2012


Os prefeitos de todo o Espírito Santo estão indignados com a aprovação do Senado para redistribuição dos royalties de petróleo no país. O tom dos discursos ontem foi de revolta e preocupação.
"Minas Gerais tem minério e o Paraná tem energia.Ninguém vai redistribuir isso também?", questionou o presidente da Amunes.
Anchieta arrecada cerca de R$54 milhões por ano com os royalties.Com a mudança, a previsão é de perda da metade do valor em 2012: R$27 milhões.
Linhares arrecada cerca de R$80 milhões e vai perder a metade em 2012.Ago que pode representar a construção de quase 30 escolas,para se ter uma ideia.
Itapemirim,que tem previsão de construir 300 casa populares, um hospital,3 escolas e duplicar uma rodovia em 2012, perderá cerca de R$66 milhões com a mudança.
Presidente Kenedy, que é o estado que mais recebe royalties no Estado emitiu uma nota dizendo que prefere não se pronunciar sobre os impactos financeiros até o desfecho do caso.

Demissão e suspensão de concursos

Jornal A Tribuna - Vitória , ES , sexta-feira , 21 de outubro de 2011 


Suspensão de concursos;cancelamento de investimentos em obras como ruas e avenidas e construção de hospitais e escolas; e até a demissão de servidores. Tudo isto já no próximo ano.
Este é o saldo das perdas anunciadas ontem por prefeituras no Espírito Santo, após o Senado ter aprovado, quarta-feira, a proposta do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),que, modofica a distribuição dos royalties e, dizem os prefeitos, "rouba o dinheiro dos capixabas.
Com a matemática do senador Rêgo, para este ano a perda estimada é de R$409 milhões na arrecadação anual do Espírito Santo com o "ouro negro".
Deste total, R$198 milhões se referem ao Estado,e R$211 milhões,aos municípios.Em 2012,o prejuízo será maior,de cerca de R$300 milhões para os municípios, e em torno de R$ 200 milhões para o Estado.
Do total destinado ao Espírito Santo, parte vai direto para os municípios produtores, e parte é repassada ao governo estadual, que tem um fundo de distribuição entre as prefeituras. Ou seja : as cidades perdem renda duas vezes.
"Além de afetar os municípios produtores, a perda é para é para todo o Estado, pois, se ele ganha menos, investe menos, independente de receber direto ou não", afirmou o prefeito de um município capixaba.
Aarrecadação vinda do petróleo é,para muitas prefeituras, uma parte importante da renda mensal.É o caso de São Mateus, que recebe uma média de R$13 milhões de recursos ao mês, sendo que R$3 milhões são de royalties,o que significa cerca de 23%.
O dinheiro dos royalties é destinado a obras, mas indiretamente atinge outros setores, como o quadro de servidores.Segundo o presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), as prefeituras estão mais cautelosas, e algumas vão até cancelar concursos, cortar pessoal ou até desistir de futuros projetos.
"Os muncípios produtores vão receber empregados do setor de petróleo e vai precisar de escolas e hospitais.O que temos não será suficiente porque estão cortando nossa arrecadação. As prefeituras estão fazendo processo seletivo, pensando no desenvolvimento, mas sem dinheiro não contratam mais ninguém",completou o presidente a Amunes.
A proposta ainda vai passar pela Câmara dos Deputados e, se aprovada segue para apreciação da presidente Dilma Rousseff. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande já afirmou que, se ela não vetar, irá aoSupremo Tribunal Federal.
               

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Câmaras valem quanto custam?

                                            
 
Por Lívia Rangel




O custos das Câmaras são alvo constante de críticas da população.Muitos afirmam que o salário dos vereadores é alto,que a produtividade é baixa e que a verba destinada aos legislativos deveria ser aplicada em melhorias para os municípios,críticas mais do que contundentes.
Para se ter uma ideia,o custo de um vereador daria para pagar 61 médicos em Cachoeiro de Itapemirim,95 professores em Linhares e 55 policiais militares na Serra.
Os cálculos são baseados nos salários de um clínico geral,professor de ensino infantil e soldados repassados pelas prefeituras levando em conta as despesas anuais das Câmaras divulgadas na revista Finanças dos Municípios Capixabas de 2010.
O município campeão de gastos é o de Serra.O presidente da casa,Raul Cezar Nunes(PDT),não foi localizado para comentar o assunto.
No ranking dos que mais gastaram ainda estão:Vitória,com R$18,6 milhões;Vila Velha,com R$18,3 milhões;Linhares,com 9,3 milhões;Cariacica,com R$ 8,5 milhões;e Cachoeiro,com R$ 7,9 milhões.
O secretário institucional da ONG Transparência Capixaba,Délio Prates,diz que as Câmaras são muito caras na medida em que não se legisla nem se fiscaliza o Executivo.
Em Vitória,daria para ter mais 68 professores nas creches,já que o (mau) salário desses profissionais é R$ 1,5 mil.Em Vila Velha,os postos de saúde poderiam contar com mais 51 médicos com a (péssima) remuneração de R$ 1,7 mil.Em Cariacica,haveria mais 18 policiais nas ruas com o (baixo) salário de R$2,4 mil.
Quando é levada em consideração a despesa com o Legislativo por habitante,Anchieta é o campeão.Pra manter a câmara com 9 vereadores,cada morador desembolsa por ano R$251.Para uma família tradicional,composta por quatro pessoas e que vive com um salário mínimo,significaria tirar R$80 de R$545.A presidente da Câmara,Dalva da Matta(PDT) diz que a despesa é necessária.
O presidente da Câmara de Vitória,justificando as despesas absurdas,disse que a maior parte é para o funcionamento da casa,e que o vereador só tem seu salário,e que,portanto,não é o peso maior.





Serra:
Câmara com 17 vereadores
Quanto custa cada um:
R$7.430,40 de salário + R$128.172,46 com outras despesas = R$135.602,86

Vitória
Câmara com 15 vereadores
Quanto custa cada um:
R$7.430,40 de salário +R$96.389,07 com ouras despesas = R$ 103.819,47

Vila Velha
Câmara com 17 vereadores
Quanto custa cada um;
R$7.430,40 de salário + R$82.323,66 com outras despesas = R$89.754,06

Cariacica
Câmara com 16 vereadores
Quanto custa cada um:
R$4.770 de salário + R$ 39.938,94 com outras despesas = R$ 44.708,94

Viana
Câmara com 10 vereadores
Quanto custa cada um:
R$4.945 de salário + R$22.585,73 com outras despesas = R$27.530,73

Guarapari
Câmara com 11 vereadores
Quanto custa cada um:
R$3.600 de salário + R$36.088,95 com outras despesas = R$39.688,95

Colatina
Câmara com 11 vereadores
Quanto custa cada um:
R$3.171,28 de salário + R$18.415,82 com outras despesas = R$21.587,10

Linhares
Câmara com 11 vereadores
Quanto custa cada um:
R$6.192 de salário + R$64.867,63 com outras despesas = R$71.059,63

São Mateus
Câmara com 11 vereadores
Quanto custa cada um:
R$6.192 de salário + R$32.516,36 com outras despesas = R$38.708,36





Imagem/Câmara Municipal De Vitória

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Delegada afastada por abuso de autoridade recebe promoção no ES

A delegada Maria de Fátima Gomes, denunciada pelo Ministério Público do Espírito Santo por abuso de autoridade no ano passado, foi promovida nesta quarta-feira (27), segundo o Diário Oficial do Espírito Santo. Na publicação, ela foi promovida por merecimento para Delegada de Polícia de 2ª Categoria.

Em fevereiro de 2010, a delegada mandou prender quatro funcionárias da loja Riachuelo, que se negaram a trocar uma peça de roupa sem etiqueta, comprada pela delegada três meses antes.Na época, a própria delegada - se posicionando como vítima - assumiu o plantão do DPJ de Vila Velha, autuou as funcionárias da loja, arbitrou fiança e encaminhou as lojistas até o Presídio Estadual Feminino de Tucum, em Cariacica. As vendedoras passaram a noite no presídio.
A delegada recebeu uma punição administrativa, foi afastada do trabalho por abuso de autoridade e suspensa por 61 dias, sem receber salário. A delegada também responde a um processo na Justiça por abuso de autoridade.
Além da punição administrativa, Maria de Fátima ainda responde a uma ação penal movida pelas funcionárias da loja.
O secretário de Segurança Pública Henrique Herkenhoff informou que a promoção da delegada refere-se a direito adquirido desde dezembro de 2007. O secretário explicou, ainda, que esse tipo de promoção tem critérios bastante objetivos e não permitem avaliações de caráter. Herkenhoff frisou que esses métodos são usados, inclusive, para evitar apadrinhamento ou perseguição.
Os critérios exigidos para promoção por merecimento são apresentação de títulos, conclusão de cursos na Academia de Polícia, e comendas recebidas no período. O secretário disse que a promoção da delegada não poderia ser impedida por processos iniciados posteriormente ao seu direito adquirido pelos critérios objetivos fixados em decreto.


Edson Luiz Jr.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PT decide amanhã se expulsa secretário de Vila Velha

Insatisfeita com a resistência do secretáriode Desenvolvimento Urbano de Vila Velha,Carlos Henrique Casamata,em deixar o posto,mesmo após o PT anunciar sua saída da gestão de Neucimar Fraga,a Executiva municipal do partido se reúne quarta (amanhã) para decidir se irá expulsá-lo.
Segundo o vereador João Batista de Araújo,o Babá,o secretário nem respondeu à carta que o partido enviou pedindo explicações.
"Agora,o partido vai se reunir para discutir.Uma questão que está colocada é a expulsão",garantiu.A subsecretária de Emprego e Renda,Linda Moraes,está na mesma situação.




Ernesto Lopes

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Decisão da prefeitura de Vila Velha revolta população da Barra do Jucu

Por Pedro Maia


Uma determinação municipal que pretende transferir moradores da Barra do Jucu,em Vila Velha,para a região da Lagoa de Jabaeté,situada no mesmo município,está colocando em polvorosa a comunidade que ocupa as margens do Canal do Congo,onde,há mais de 20 anos,contruiu suas casas,na época  com a permissão da própria municipalidade.
Ali residem cerca de 100 famílias que,com muito sacrifício,ergueram suas moradias,formando o conhecido Beco do Siri que,atualmente,está totalmente integrado à comunidade.
A maioria dos moradores do Beco do Siri trabalha no Balneário da Barra do Jucu,formando forte contingente de mão de obra.
Eles reclamam que as casas populares do bairro Lagoa de Jabaeté são pequenas para abrigar suas famílias,além de se tratar de região inóspita,sem nenhuma infraestrutura de sanemaneto básico e muito distante de seus empregos,com transporte coletivo deficiente e sem nenhuma segurança para os moradores,que são obrigados a sair de madrugada e voltar ao anoitecer.
Por essas e outras razões,o pessoal do Beco do Siri  se manifestou ontem na Rodovia do Sol para chamar a atenção do povo e das autoridades para as arbitrariedades que contra eles estão sendo praticadas.
Segundo esses moradores,o aviso da remoção veio sem nehum levantamento prévio das posses de cada um para a devida indenização,como seria o certo,além de terem recebido do próprio prefeito,já conhecido por não cumprir suas promessas,a promessa de que esse assunto só seria discutido em setembro,depois de reuniões com a comunidade e lideranças políticas locais.
O certo é que,para os que acompanharam de perto os esforços dessas famílias,que hoje residem às margens do Canal do Congo,fica difícil aceitar essa remoção inusitada,com base na "necessidade urgente" de obras a serem executadas no leito do antigo Rio Congo onde,há mais de meio século foi construído esse canal.
A ocupação da região teve início nos anos 90 do século passado,depois que uma enchente deixou milhares de desabrigados na Grande Barra do Jucu.
Foi então que a minicipalidade,sem nenhuma preocupação quanto aos problemas futuros,autorizou a ocupação de ambas as margens do canal nesse percurso que,mais tarde,ficaria conhecido por Beco do Siri.
No princípio foram muitas as dificuldades,inclusive com a vinda de marginais e desocupados das invasões situadas do outro lado da Rodovia do Sol.
Porém,pouco a pouco,as coisas foram mudando e as famílias que ali se instalaram se incubiram de dar imagem decente ao que antes serviu de esconderijo para a bandidagem e abrigo para traficantes e assaltantes.
Não foi trabalho fácil,mas com a criação do Centro Comunitário da Barra II,trazendo nova mentalidade para os moradores,as coisas foram mudando,incentivando a construção de casas decentes e confortáveis.
Pois agora,após todos esses anos de sacrfício,as autoridades pretendem transferi-los de lá para local distante,sem condições de sobrevivência digna e saudável,em nome de obras no tal do Canal do Congo.
Muito mais prático seria tirar o canal dali,já que ele de pouco serve à comunidade,a não ser como esgoto ao ar livre e depósito de lixo para moradores relapsos.
Que tal tubular o canal?     

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Testemunhas do caso Cassaro acusadas de falso testemunho

Por Diana De Marchi


O julgamento dos acusados envolvidos no assassinato do ex-prefeito de São Gabriel da Palha, Anastácio Cassaro, há 25 anos, prosseguiu na tarde da última quarta-feira (08). Foram ouvidas quatro testemunhas de defesa, sendo que duas indignaram a família da vítima: eles acusam de terem prestado falso testemunho.
Prestaram depoimento o vice-prefeito de Vila Valério, Paulo Alves, o agricultor Erildo Canal, Hélio Gualberto e Jair Ferreira da Fonseca. O julgamento do crime começou em março, quando Carlos Smith Frota foi condenado a 15 anos de reclusão em regime fechado por participação no assassinato. Nesta segunda etapa do julgamento, iniciada na última terça-feira (07), são réus Edvaldo Lopes de Vargas, Fernando de Martins, Luiz Carlos Darós e Jorge Antônio Costa.

De testemunhas, Erildo Canal e Paulo Alves passam a ser investigados por terem, supostamente mentindo no depoimento. No caso de Erildo, que seria testemunha de defesa de Edvaldo Lopes, ao depor na tarde de quarta (08), não mencionou réu em momento algum. E ainda teria dado uma versão diferente a que deu na época do crime.

Apesar de ter sido condenado na primeira etapa do julgamento (em março), Carlos Frota está em liberdade, porque recorreu da sentença. Para a filha de Anastácio Cassaro, Sandra Cassaro, a defesa dos outros acusados estão usando o julgamento de Frota como estratégia para livrar seus clientes da condenação. A opinião de Sandra não é em vão. Isso porque, além de não mencionar Edvaldo no depoimento que busca a absolvição, Erildo ainda disse que esteve com Frota na noite do crime. Informação jamais dada por ele, até esta quarta.
Já Paulo Alves disse ter estado com Frota em Vila Valério às 20H30 no dia do crime. Informação que, na opinião da filha da vítima foi montada a partir do depoimento de Frota, há quase dois meses. "Eles foram treinados, pois estavam muito nervosos no momento do depoimento. O que eles querem é tentar tirar o Carlos Smith Frota, que já foi condenado da cena do crime. Mas, foram reconhecidos pela Jaciara Carvalho, que também foi testemunha e viu o Frota no dia do crime três vezes, pois ele mexeu com ela na rua", disse Sandra.

Os dois passam a responder pela suposta mentira prestada em júri, serão investigados e pagarão multa. Só não foram direto para a prisão para não tumultuar o julgamento. O julgamento do crime pode durar até o fim desta semana. O assassinato de Cassaro aconteceu em três de abril de 1986, quando a vítima estava em Vitória. Ele foi morto com dois tiros de revólver, disparados pelas costas e na cabeça.
No processo, figurava como mandante o vice-prefeito Firmino de Martins. No entanto, teve decretada a extinção da punibilidade pelo crime na Justiça. A decisão do juiz Marcelo Soares Cunha levou em conta a prescrição do delito em função de Firmino ter completado mais de 70 anos. A extinção da punibilidade do então vice-prefeito foi mais um capítulo da morosidade da Justiça.

Cesare Battisti está livre

Como era de se esperar, depois da interminável arenga do relator Gilmar Mendes, a mesma maioria de 6 votos a 3 que havia rejeitado a reclamação italiana decidiu pela imediata expedição do alvará de soltura do escritor Cesare Battisti.

 

Por Celso Lugaretti


A derrota foi muito mal digerida por Mendes, que dirigiu apartes azedos contra a decisão dos colegas; e pelo presidente Cezar Peluso, que lançou uma furibunda catalinária contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de proclamar, muito a contragosto, o resultado: no que depender do STF, Battisti está liberado.

Foi uma extraordinária vitória contra os reacionários de dois continentes e contra a formidável máquina de propaganda acionada para o sacrifício ritual de um símbolo vivo dos ideais de 1968.

Durante todos estes anos, sempre soube que era a vida de Battisti que estava em jogo. Não duvidei por um momento sequer de que ele cumprisse o que me segredou: se ordenada a extradição, preferiria suicidar-se a servir de troféu para os fascistas italianos.

Percebíamos que isto jamais deveria ser tornado público antes do desfecho do caso, para que os inimigos não nos acusassem de chantagem emocional. Mas, é um fardo terrível para se carregar: a consciência de que dos nossos erros e acertos depende a vida de um companheiro.

Então, o que mais sinto neste instante é alívio. E uma imensa euforia por saber que Battisti está livre do pesadelo dessa vendetta tardia, muito mais difícil de suportar para quem deixou a dura militância para trás e construiu uma nova identidade.

Comecei a formar uma consciência política com a leitura de A tragédia de Sacco e Vanzetti, de Howard Fast, retirado meio por acaso da biblioteca circulante da Mooca, quando eu tinha 13 ou 14 anos.

Parece incrível que, na outra ponta da vida, tenha surgido uma oportunidade de eu contribuir para que um também injustiçado, também italiano, não sofresse martírio semelhante. E que nós tenhamos obtido êxito onde tantos e tão valorosos, alhures, não conseguiram. Tirem o chapéu: o Brasil se negou a entregar o bode expiatório que o 1º mundo exigia!


Linchadores de Battisti goleados

Depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu não levar em conta a reclamação da Itália contra a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se negou a extraditar Cesare Battisti, o relator Gilmar Mendes impôs a todos o penoso dever de ouvir seu longo e tedioso parecer, colcha de retalhos de tecnicalices e falácias, colocando em questão exatamente aquilo que já havia sido votado.

Depois de encerrada sua inútil peroração – não conseguirá vencer seus colegas pelo cansaço nem os vai iludir com seus contorcionismos jurídicos –, o plenário do STF resolverá a única questão ainda pendente: quando e como será libertado o escritor.

As figurinhas carimbadas Cezar Peluso e Gilmar Mendes só conseguiram atrair Ellen Gracie para sua posição inquisitorial. A postura legalista é assumida por Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski.

Hoje eu sinto orgulho de ser brasileiro.

* Celso Lugaretti é jornalista, escritor e blogueiro


 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Queda drástica na arrecadação,disputas judiciais:como os herdeiros defendem os direitos autorais de grandes artistas

Por Ernesto Lopes



Em 2004,os herdeiros de Vinicius ede Moraes  receberam R$ 256 mil pelos direitos     autorais referentes às vendas de CD's e DVD's.Em 2007,a soma anual totalizou R$ 130 mil,uma redução de 51% na arrecadação.E,no ano passado,a família do compositor ganhou R$ 88 mil,quase um  terço do valor registrado há sete anos.
Os números acima foram revelados por Georgina de Moraes,filha de Vinicius que divide com os irmãos a responsabilidade de zelar por mais de 300 músicase 400 poesias do artista.
A tarefa,por si só um grande desafio,torna-se cada dia mais difícil em tempos de crise na indústria do disco,duramente afetada pela pirataria e pelo download dec músicas na web.
Diante da queda vertiginosa nos repasses de direitos autorais,alguns sobrenomes de peso da MPB investem numa gestão empresarial do patrimônio herdado,como as famílias Moraes e Jobim.
Outros ainda brigam entre si pelo lucro obtido com as músicas,como é o caso de parentes de Raul Seixas,Tim Maia e Cartola.
Apesar de envolver discussão entre cinco herdeiros(Susana,Pedro,Georgina,Luciana e Maria),eles afirmam que nunca houve desentendimento grave nas decisões relacionadas ao legado do pai.
Os filhos optaram por criar a VM,em 1988.a empresa que negocia a obra do artista.As  decisões são oficializadas por Georgina e a caçula Maria.
Vinicius morreu em 1980.No auge da venda de CD's,nos anos 90,o faturamento anual das gravadoras no País ultrapassava a marca de R$ 1 bilhão.Em 2000,passou a R$ 878 milhões.Na última pesquisa da Associação Brasileira de Produtores de Discos(ABPD),de 2009,as vendas somavam R$ 215 milhões.Em 10 anos,o comércio de CD's caiu de 93 milhões de unidades para 20 milhões.

Duzentos pedidos de autorização

No momento,a principal fonte de rendimentos para os herdeiros de Vinicius são os repasses do ECAD(Escritório Central de Arrecadação e Distribuição),que cobra pela execução de músicas transmitidas por rádios e TV's do País.
No ano de 2010,o valor chegou a R$ 376 mil.Mensalmente,os herdeiros recebem em torno de 200 pedidos de autorização para publicação de trechos da obra do compositor em livros,principalmente didáticos.Se a tiragem for pequena,eles não cobram pela concessão.
A VM diz ter sempre como primeiro impulso autorizar..Em vários casos,gratuitamente.Pela circulação da obra.
A rotina do escritório reúne alguns pedidos curiosos.Os publicitários,por exemplo,são atraídos,como que por instinto,pelos versos:"Era uma casa/Muito engraçada/Não tinha teto/Não tinha nada/Ninguém podia/Entrar nela não/Porque na casa/Não tinha chão."
A VM diz que os publicitários querem usar a música 'A Casa' em comerciais,mas mudando a letra.Normalmente,são propagandas de empresas de material de construção,diz Georgina,aos risos.Hoje,a resposta é sempre "não" para pedidos do gênero.

Parceria rende dor de cabeça

Na década de 60,Vinicius e Tom Jobim autorizaram o compositor americando Norman Gimbel a criar versões em inglês de alguns sucessos.A parceria rende dor de cabeça até ahoje.
Na divisão de direitos autorais no mercado internacional,Gimbel recebe até quando a música 'The girl from Ipanema' é executada na versão instrumental.O mesmo ocorre com  outras canções adaptadas por ele para a lígua inglesa,como "Insensatez"("How insentive")e "Água de beber"("Drinking water").
Há cinco anos,os herdeiros de Vinicius e Tom entraram na justiça americana contra a Univarsal Publishing,braço editorial da gravadora,respónsável pelo contrato com Gimbel.
A VM já gastou US$ 260 mil com a ação nesse período.Estima-se que,no total,as duas famílias já desembolsaram mais de US$ 500 mil nesse imbróglio.
A VM considera um absurdo a falha no sistema de arrecadação que permite que Gimbel controle músicas dos dois autores brasileiros nos Estados Unidos.E diz que a questão não é dinheiro.É moral.Pois ele é só o versionista.Não é parte da criação original das músicas.E que isso é indissolúvel,e pertence aos autores originais.

Sufoco na ONG Viva Cazuza

No caso da obra de Cazuza,todos os direitos autorais são transferidos para a organização não-governamental administrada por sua mãe,Lucinha Araújo,que presta assistência a crianças portadoras do vírus HIV.
A Sociedade Viva Cazuza surgiu em 1990,após a morte do artista,sendo matida no início com a receita proveniente de suas músicas.A entidade vem sofrendo com a diminuição das verbas.
Segundo João Araújo,pai de Cazuza,ex-presidente da Som Livre e atual presidente de honra da ABPD,no começo as quantias arrecadadas pagavam com folgas os custos da Sociedade Viva Cazuza.Ms que recentemente já teve que botar dinheiro do próprio bolso para impedir o fechamento da ONG.
E se a arrecadação causa transtorno para herdeiros que convivem em harmonia,a situação piora quando estão em jogo disputas judiciais.
Carmelo,o filho de Tim Maia,assumiu a responsabilidade  de administrar uma série de processos relacionados a dívidas deixadas pelo artista,que morreu em 1998.Ele também aguarda o desfecho da ação de investigação de paternidade proposta há dois anos por uma suposta filha de Tim.
Na família de Raul Seixas,a briga é entre sua viúva,Ângela Maria Affonso Costa,a Kika,e as duas primeiras filhas do artista:Simone Andrea O'Donoghue e Scarlet Vaquer Seixas.
A terceira herdeira éVivian,única filha de Raul com Kika.No processo,a viúva reinvidica uma participação maior na distribuição dos direitos autorais.
Para monitorar o uso do nome de Dorival Caymmi,um recurso usado por Danilo  é a ferramenta do Google que rastreia tópicos relacionados a um determinado nome.
Danilo diz que,ainda assim,'tomou uma volta' em Salvador.'Um sujeito teria batizado um prédio por lá de Edifício Doravival Caymme'.Foi atrás,mas o construtor sumiu.
Na percepção de Danilo,há um senso-comum que avalia como algo errado remunerar um herdeiro pelos direitos autorais.O que considera absurdo.
              
Inspiração para os Caymmi

As gestões da Jobim Music e da VM serviram de inspiração para a Rosa Morena Edições Musicais,editora que responde pela obra de Dorival Caymmi.Após a morte do artista,em 2008,seus três filhos- os músicos Danilo,Nana e Dori - decidiram montar a empresa.Danilo se prontificou a assumir o comando,mas impôs uma condição.
Como a família tem o temperamento forte,Danilo só aceitou administrar com garantia de total autonomia nas decisões.
O assunto também desperta preocupação entre os Caymmi.No primeiro trimestre de 2011,eles receberam R$ 20 mil do ECAD pela execução pública das músicas do pai.Há cinco anos,o valor era três vezes maior.Pela venda de CD's,também nos primeiros três meses de 2001,a família ganhou menos de um salário mínimo da EMI(gravadora que comercializa 80% da obra de Caymmi).    

Filho adotivo entra na justiça

O motorista Ronaldo Silva de Oliveira,60 anos,é filho adotivo do sambista Cartola e de Dona Zica.Ele processa na justiça Glória Regina,filha de Zica num relacionamento anterior a Cartola.
Em testamento,o compositor,que morreu em 1980,deixou a maior parte de seus bens,incluindo as músicas,para Dona Zica.A viúva,que morreu em 2003,repassou seu patrimônio para Glória Regina.
Ronaldo reivindica,no mínimo,62,5 % dos direitos autorais.Mas,por enquanto,ninguém recebe nada,toda a arrecadação é depositada em juízo.
Os dois lados dizem que ofereceram acordo de divisão igual e que não foi aceito.Muita contradição.
O filho de Cartola e a neta de Dona Zica,Nilcemar Nogueira,choram ao falar do assunto e dizem querer resolver tudo da melhor forma,'por respeito a memória de Cartola e Dona Zica',porém não chegam a um acordo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

"Maria Bethania,Bebel Gilberto,Ana De Holanda-está na hora de pararmos de fazer "campanhas" contra gente de bem e começarmos a discutir políticas públicas para a cultura"

Já tive que devolver verbas à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) algumas vezes. Sou professor e, quando vou a um congresso, dependo do dinheiro das agências financiadoras. Há basicamente três rubricas envolvidas no processo: diárias, transportes e seguro de saúde. Mais simples, impossível.
Mesmo assim, erro. Veja se você também não ficaria na dúvida. Imagine que, por razões de trabalho, tivesse que tomar o avião no dia 5, digamos, chegar em Madri no dia 6, e só pegar a conexão para Viena no meio da tarde. Lá, tem que tomar um trem para uma cidadezinha no interior da Áustria. Como já anoiteceu e você está morto de cansaço, dorme em Viena e segue no dia 7 de manhãzinha para o seu Congresso.
E então? A diária começa a ser paga no dia 6, quando você chegou ao país de destino, ou no dia 7, quando começou o evento? Eu incluí o dia 6 na conta. Errei feio. Nenhum grande drama. A carta com a cobrança chegou, no dia seguinte fiz um depósito, e o assunto encerrou-se aí.
A Fapesp, vejam bem, é uma ilha de eficiência. Regras claras e simples, burocracia azeitadíssima, julgamentos imparciais. De minha parte, juro por todos os santos e beatos que não quis embolsar indevidamente dinheiro público. Enganei-me.
Aconteceu comigo, acontece com todo mundo de vez em quando. Alguém tem dúvidas de que foi exatamente isso que aconteceu com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda? Existe alguma justificativa para o TAMANHO da polêmica que se formou em torno dessa picuinha?
O caso da Bebel Gilberto é ainda mais grave. Ou mais ridículo, sei lá. Um projeto demora um bom tempo para ser elaborado, e mais tempo ainda para tramitar no Ministério da Cultura (Minc). O projeto de Bebel [sobrinha da ministra da Cultura] já deveria estar rodando pelo ministério há um bom tempo quando Ana de Hollanda assumiu o cargo. Ela não tem nada a ver com a aprovação do projeto. Nada. Há um parecer elaborado por um relator, e um comitê que aprova ou reprova o projeto com base naquele parecer. A ministra assina. Só isso.
O que esperavam que ela fizesse? Que contrariasse o parecer do comitê? Essa gente ficou louca?
Repete-se agora a mesma escalada de insensatez a que assistimos no caso do blog de Maria Bethania.
De que a lei Rouanet esteja superada, acho que nem mesmo o professor Sérgio Rouanet tem dúvidas. Ela foi usada, por exemplo, para financiar a vinda do Cirque du Soleil ao Brasil. Isso mesmo. O Circo multimilionário usou dinheiro do contribuinte brasileiro (9,4 milhões, para ser mais preciso) para financiar suas apresentações. Livros luxuosos de fotografias dados de brinde de final de ano têm invariavelmente o logo do Minc na página de rosto.
Pagamos os mimos que bancos e grandes empresas dão a seus melhores clientes. Sai de graça. Eu pago o seu, você paga o meu, e nenhum de nós dois paga imposto. Custo zero – às nossas custas.
O projeto da Bethania era maravilhoso. Um blog alimentado todos os dias por poesias, utilizando a imagem pública e o talento da cantora para impulsionar o número de acessos. Tinha tudo para dar certo. Os preços eram relativamente baixos. O cachê da Bethânia absolutamente COMPATÍVEL com o trabalho a ser realizado – 50 mil por mês ao longo de 12 meses. Ela ganha o dobro disso numa noite.
Onde é que está o abuso? Alguém pediu para o Cirque du Soleil cobrar preços simbólicos pelo trabalho de seus artistas? Por que deveria ser diferente com uma das maiores cantoras da história de nossa música popular?
Essas “campanhas” conduzidas em uníssono contra pessoas de bem têm que acabar.
Vamos discutir a lei Rouanet? Não é preciso arrastar o nome de ninguém na lama para isso. Basta apresentar argumentos, alternativas.
Vamos discutir as mudanças imprimidas por Ana de Hollanda na condução do Minc? É tudo que NÃO se tem discutido.
Seus inimigos preferem a estratégia rasteira de sufocá-la em irrelevâncias repetidas à exaustão, sem nunca levar a efeito uma discussão substantiva das políticas públicas para a cultura que desejamos para o Brasil.


Jotavê

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Deputado emprega vereador

Por Diego Casagrande



Um vereador deveria ter o mandato voltado exclusivamente para atender às necessidades  dos eleitores,fiscalizar o Executivo e participar das reuniões de comissões permanentes ?
Para o vereador de São Domingos do Norte,Evanildo Piffer (PT do B),a resposta é não.Ele acumula a função com a de assessor parlamentar do deputado Henrique Vargas (PRP/foto) ,que assumiu seu primeiro mandato no legislativo estadual no dia primeiro de fevereiro deste ano.
O vereador recebe da Câmara de Vereadores um salário mensal de R$2.800,para trabalhar duas vezes por mês,nas sessões que acontecem de 15 em 15 dias.
"Consigo conciliar bem as duas funções.Nunca faltei a nenhum deia de trabalho na Assembléia Legislativa.Duas vezes por mês,preciso sair às 14  horas para chegar a tempo na secão da Câmara,mas compenso esse horário fazendo menos horas de almoço",contou Evanildo.
Para atuar como chefe de gabinete (supervisor geral de gabinete parlamentar) ,Evanildo recebe R$ 7008,60   e disse que atua dentro da legalidade.
"Sou funcionário efetivo da Prefeitura de São Domingos do Norte e trouxe meu vínculo de lá pra cá.Consutei a assessoria jurídica da Câmara e da Assembléia Legislativa.Está tudo dentro da legalidade",defendeu-se o vereador.
Indagado como fazia para atender os eleitores,  já  que tem mandato em São Domingos do Norte mas passa a semana na Grande Vitória ,o vereador respondeu que faz contatos por telefone.
Eu atendo eles aqui,pelo telefone mesmo.Toda hora me ligam e aí resolvo os problemas.Também nos finais de semana e depois e depois das sessões faço atendimento à população",garantiu Piffer,que disse que não é repreendido por Henrique Vargas,mesmo fazendo  os contatos na hora do trabalho.
O deputado elogiou a atuação de seu assessor."Ele é um cara que faz a interlocução com outros políticos.Faz um trabalho sensacional.E,por ele atuar como vereador,não há impedimento em trabalhar conosco já que as sessões são de 15 em 15 dias",disse o deputado



Artigo 38 da Constituição Federal    


I  - Tratando-se de mandato eletivo(...) ficará afastado de seu cargo,emprego ou função;II - investindo no mandato de prefeito,será afastado do cargo,emprego ou função,sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III - investindo no mandato de vereador,havendo compatibilidade de horários,perceberá a s vantagens de seu cargo,emprego ou função,sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,e,não havendo compatibilidade,será aplicada a norma do inciso anterior.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Justiça condena José Ignacio e Maria Helena

A Justiça condenou o ex-governador José Ignacio Ferreira,a ex-primeira dama Maria Helena Ruy Ferreira (então secretária de Trabalho e Ação Social) e o ex-vice governador Celso José de Vasconcellos por suposto desvio de quase um milhão de reais do Fundo de Amparo  ao Trabalhador(FAT),em 1999.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF),eles utilizaram o dinheiro para contratações irregulares de cabos eleitorais que teriam atuado na campanha do ex-governador ,além de amigos e familiares.
Os três foram condenados ao ressarcimento corrigido do valor desviado,multa em cem vezes a remuneração atual dos cargos que ocupavam no governo na época,perda da função pública,suspensão dos direitos políticos por cinco anos e proibiçãode contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos por três anos.
A Secretaria de Trabalho e Ação Social,à época,recebeu R$ 878 mil reais para serem utilizados na qualificação de mais de 10 milpessoas.Contudo,foi celebrado um convênio com uma fundação como mero artifício para empregar pessoas para campanha.




Pedro Callegario

quinta-feira, 31 de março de 2011

JAIR BOLSONARO E SEUS ABSURDOS EM 2000

Publicação da revista  ISTOÉ GENTE de 14 de fevereiro de 2000 


"Eu defendo a tortura"

 

O deputado que defende fuzilamento de FHC ficou 28 anos sem falar com o pai alcoólatra

Cláudia Carneiro
Foto: Roberto Jayme

Entre os companheiros de quartel no Rio de Janeiro, o capitão reservista do Exército Jair Messias Bolsonaro era conhecido como "cavalão". Seu porte atlético, em 1,86 metro de altura e 75 quilos, desenvolvido nos exercícios da Escola de Educação Física do Exército, garantiu-lhe o título de pentatleta das Forças Armadas. Mas foi a língua solta que o ajudou a ganhar fama nacional, quando começou a questionar governos, há mais de uma década, para defender a corporação à qual pertenceu. Nas últimas semanas, manteve o hábito de causar polêmica ao propor o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso. No terceiro mandato federal, eleito com 103 mil votos, o deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ), 44 anos, abre fogo contra colegas da Câmara dos Deputados que combateram a ditadura militar, defende a tortura, a censura e a pena de morte e não se arrepende de ter pregado o fuzilamento do presidente. Pai de três filhos adolescentes com a primeira mulher, Rogéria Bolsonaro, e de um bebê com a segunda, Cristina, 32 anos, Bolsonaro revela em entrevista a Gente que sonha disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro. "Mas eu não estou preocupado em ser prefeito. Eu quero é espaço."

Teme algum dia ser cassado por suas declarações?
Não. Se um soldado está na guerra e tem medo de morrer, é um covarde. Se eu fosse cassado, seria o parlamentar cortando seu próprio direito de opinião, palavra e voto. Tenho poucos inimigos dentro da Câmara.


Ainda acha que o presidente deveria ser fuzilado?
Eu não errei em falar isso naquele local, naquela oportunidade e naquele momento. E acho que tenho o direito de falar. Eu não xinguei o presidente, nem disse que ele não conhece o pai dele. Acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas.


Isso não é incitação ao crime?
Se eu estivesse conspirando, não falaria isso. Não é difícil matar o presidente. Só tem que ter coragem. O esquema de segurança dele é falho. Por exemplo, tenho uma casa no litoral em Mambucabinha, próxima do local onde ele passeia quando vai a Angra dos Reis. Sou primeiro lugar no curso de mergulho do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Bastava planejar. E as chances de sucesso de se cumprir a missão são grandes. Não é difícil eliminar uma autoridade no País. Isso até serve para alertar o presidente.

Como isso seria feito?
Tudo depende de planejamento. Pode-se pegar uma arma com mira e matar o presidente em Brasília. Com uma besta (espécie de arco e flecha) dá para eliminar uma pessoa a 200 metros. Até com um canivete dá para chegar no cangote do presidente. Mas quero deixar claro que não estou incitando ninguém a fazer. E não tenho nenhum plano para eliminar o presidente. Eu não partiria para uma missão suicida.


O senhor fuzilou alguém?
Não. Eu já saquei arma uma vez. Estava indo a pé para o quartel, no Rio, por volta da meia-noite, e vi que estava sendo perseguido. O elemento então saiu correndo. Devia ser um ladrão barato.


Seus colegas de Congresso o consideram uma pessoa truculenta. Como o senhor é em casa?
Nunca bati na ex-mulher. Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes. Também nunca dei um tapa num filho. Gosto de chamar para conversar, contar piadas.


O que levou ao fim seu casamento de 19 anos?
Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Ela era uma dona-de-casa. Por minha causa, teve 7 mil votos na eleição. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a freqüentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores.


Não era uma atitude impositiva de sua parte?
Foi um compromisso. Eu a elegi. Ela tinha que seguir minhas idéias. Acho que sempre fui muito paciente e ela não soube respeitar o poder e liberdade que lhe dei. Mas estou muito feliz na minha segunda relação. Vivo muito bem com a Cristina.


O que o senhor acha da legalização do topless?
Não sou contra, não. Desde que seja com a mulher dos outros. Depois que todas as mulheres estiverem usando, aí a minha poderá usar. O fio dental foi um escândalo e hoje é normal. Tudo é evolução.


E sobre a legalização do aborto?
Tem de ser uma decisão do casal.


O senhor já viveu tal situação?
Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó. (Bolsonaro aponta para a foto no mural de seu filho mais novo, Jair Renan, de 1 ano e meio, com Cristina.)


O senhor segue alguma religião?
Eu acredito em Deus. Sou católico. Mas é coisa rara ir à Igreja. Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler. Você tem bons exemplos ali. Está escrito: "A árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo". Eu sou favorável à pena de morte.


Pena de morte é a solução?
Acho que um elemento que pratica um crime premeditado não pode ter direitos humanos. O José Gregori (secretário nacional dos Direitos Humanos) fala em indenizar os familiares dos 111 mortos no Carandiru. E ele não dá uma palavra às viúvas e órfãos que os 111 fizeram em sua vida de marginalidade.


A polícia agiu corretamente no Carandiru?
Continuo achando que perdeu-se a oportunidade de matar mil lá dentro. Pena de morte deve ser aplicada para qualquer crime premeditado.


Isto inclui tráfico de droga?
Aí é outra história, aí eu defendo a tortura. A pena de morte vai inibir o crime. Nunca vi alguém executado na cadeira elétrica voltar a matar alguém. É um a menos.


Em que outras situações o senhor defende a tortura?
Um traficante que age nas ruas contra nossos filhos tem que ser colocado no pau-de-arara imediatamente. Não tem direitos humanos nesse caso. É pau-de-arara, porrada. Para seqüestrador, a mesma coisa. O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico.


E a tortura praticada pela ditadura militar?
Admito que houve alguns abusos do regime militar, mas a tortura não foi em cima de um simples preso político. Aquelas pessoas estavam armadas e matavam. Só na Guerrilha do Araguaia perdemos 16 militares.


O senhor disse que o deputado José Genoino (PT-SP) era mentiroso e delatou seus companheiros da Guerrilha do Araguaia. O senhor tem provas?
Tenho informações seguras. Eu tenho orgulho de dizer que não fui um Genoino da vida, um deputado mariposa. O Genoino fala que pegou em armas por dois anos. O que ele fez nesses dois anos? Assaltou bancos, seqüestrou? Quantos ele matou?


O que pensa sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo?
Eu sou contra. Não posso admitir abrir a porta do meu apartamento e topar com um casal gay se despedindo com beijo na boca, e meu filho assistindo a isso.


Tem algum homossexual na família?
Graças a Deus, não. Eu desconheço. Se tivesse, nem quero pensar.


E como o senhor trata da liberação sexual com seus filhos?
Certas coisas não se pode ser contra ou a favor. Prefiro que um filho meu leve uma namoradinha para dentro de minha casa, num dia que eu não esteja lá, do que ele ser rendido na rua e assassinado dentro de um carro.


Como foi que o senhor perdeu a virgindade?
Com 17 anos de idade. Meio tarde, né? Meus filhos vão pegar no meu pé por causa disso. Eu estava na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Ninguém tinha dinheiro. Juntávamos uns 20 alunos, fazíamos um sorteio, íamos para o baixo meretrício e os cinco sorteados faziam fila com a mesma mulher.


Seu pai era agressivo em casa?
Eu não conversava com ele (Percy Geraldo Bolsonaro, morto em 1995) até os 28 anos de idade. Ele bebia descaradamente e brigava muito em casa, com minha mãe e os filhos. Mas nunca bateu em filho. Um dia constatei que não iria mudá-lo. Resolvi pagar uma pinga para ele. Nos tornamos grandes amigos.


Por que decidiu ser militar?
Por causa do Lamarca. Eu tinha 15 anos de idade, usava cabelo com gumex, calça boca-de-sino, sapato "cavalo de aço", quando o Lamarca passou por Eldorado Paulista, em 1970. O Exército chegou lá. Eu então conheci e me apaixonei pelo Exército brasileiro.


Pretende disputar nova eleição para a Câmara? 
Tenho que ficar com os cabelos mais brancos para um dia tentar um cargo no Executivo. Na Prefeitura do Rio de Janeiro, para eu fazer meu nome. Daí, quando perguntarem sobre enchente num debate, eu vou responder sobre reservas indígenas. Não estou preocupado em ser prefeito, eu quero espaço, quero mostrar o que a mídia não mostra.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Caso Cassaro: senteça deve ser decretada somente nesta quinta

Por Dalila Travaglia (dalila@eshoje.com.br) 




O segundo dia de júri sobre o assasinato do então prefeito de São Gabriel da Palha, Anastácio Cassaro, pode ser definitivo para o destino de um dos acusados. Carlos Smith Frota é um dos cinco acusados pelo crime, e o único que está sendo julgado. Durante toda a manhã desta quarta-feira (30) uma testemunha foi ouvida. Estima-se que outra seja ouvida a tarde, além do réu.

Durante todo o dia de terça-feira (29), três testemunhas foram ouvidas. A filha do ex-prefeito, Sandra Cassaro acredita que ainda nesta quarta seja fechado o julgamento. "O juiz está fazendo uma reconstituição do caso, trabalhando o processo como um todo. Espero que ainda hoje (quarta) saia a sentença", declarou.
Todos os acusados de partipação no crime deveriam estar sendo julgados, no entanto, quatro dos cinco réus no processo estavam sem advogados. Dois deles alegaram que o mesmo advogado estava com problemas de saúde e não pode comparecer. O advogado José Pedro de Barreto defenderia os acusados Fernando Lourenço de Martins e Edvaldo Lopes de Vargas, porém uma cirurgia de urgência fez com que ele se ausentasse do compromisso.

Os outros dois, Jorge Antônio Costa e Luis Carlos Darós, afirmaram não ter condições para pagar um defensor. O juiz entendeu que os quatro acusados não tinham condições de ir a juri, e os liberou do Fórum.  De acordo com Sandra, essa foi uma manobra argilosa, onde eles usaram de muita esperteza.
O julgamento dos quatro acusados, foi adiado para o dia sete de junho.

Relembre o caso. Anastácio Cassaro foi morto em 3 de abril de 1986, com dois tiros na cabeça, dentro de seu automóvel, em Goiabeiras, Vitória. Na época do crime, a promotoria entendeu que o motivo seria o interesse público. O prefeito teria sido assassinato para que o vice Firmino Martins ocupasse seu cargo.
Martins, no entanto, com 86 anos, foi liberado pela justiça, com o pedido de crime prescrito. Até 2009, o processo estava parado. Na época do crime Sandra Cassaro tinha 20 anos, e afirmou não saber o teor do processo. Em 2009 ela fez uma denúncia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e conseguiu retomar o caso. A filha da vítima relembra que o pai era muito querido na cidade, conhecido como "estufa urna" no município.

Movimentos Solidários. Grupos ativistas contra a violência de sete estados do país estavam no juri nesta terça-feira (29) para apoiar a família Cassaro. Hiper Carneiro é de João Pessoa (PB), e representa o grupo "Mães no Dor". Ela teve a filha Aryane Thaís assassinada grávida há 11 meses pelo namorado. Ela afirmou que voltará ao estado para o julgamento dos outros quatro acusados em junho. "É necessário dar esse apoio, só quem perde um ente sabe a dor. Enquanto vida eu tiver vou clamar essa vóz que não cala", declarou.
O grupo Movimento pela Vida (Movida), estava representado pela paraense Andrelina Pereira, que perdeu o filho também assassinado em 2008. O pai de Gabriela Prado Maia, Carlos Santiago, do movimento "Gabriela sou da Paz" morta por bala perdida no Rio de janeiro há 8 anos, também reforçava o apoio e solidariedade a família Cassaro.
 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Médicos fecham Hospital São Lucas e denunciam superlotação na unidade



Médicos que atuam no Hospital São Lucas, em Vitória, interditaram a unidade e afirmam que a situação virou caso de polícia na noite deste domingo (27). Aproximadamente 50 pacientes foram atendidos em macas improvisadas no chão e os corredores foram transformados em enfermaria. A pedido dos trabalhadores o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo paralisou os atendimentos na unidade.
"A Central Reguladora de Vagas não está oferecendo vagas, a Secretaria de Saúde não está comprando vagas e então acontece essa superlotação de pacientes pelos corredores do Hospital São Lucas, que está parecendo um campo de guerra. Está parecendo um hospital de batalha com pacientes graves, politraumatizados e pacientes com respiradores de uma UTI móvel do Samu", relata Otto Batista, presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes).
Durante a interdição, um paciente com politraumatismo provocado por acidente foi levado para hospital, mas ficou sem atendimento e não resistiu ao ferimento. De acordo com o presidente do Simes, a morte poderia ter sido evitada. "Esse paciente que chegou na noite deste domingo veio a óbito pela carência de materiais para atender urgência ou emergência. Mesmo não sendo paciente grave, politraumatizado, ele precisa de um atendimento digno. O paciente precisa ter um setor de equipamentos que venham corresponder àquela gravidade", afirma o Otto.
O sindicato vai recorrer ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público. "Tivemos que apelar para o Boletim de Ocorrência na polícia para fechar a porta do hospital porque não tem condições de trabalho. Agora nós queremos a interdição ética até que tudo se resolva e os responsáveis respondam por esses atos", declara o médico.
Na opinião do presidente do Simes, o Governo do Estado seria uma alternativa para minimizar a superlotação no Hospital São Lucas a custo prazo. "Existe um processo que está nas mãos do Governador em relação a uma clínica de cirurgia plástica na Enseada do Suá. Ela foi desapropriada, está para receber uma indenização dessa desapropriação e já está tramitando há alguns meses. No local tem 50 leitos e pode comportar 200 leitos, além de ter uma UTI com toda a estrutura para sete leitos. Está aí a alternativa e agora falta vontade política do governador e fazer com que essa unidade possa absorver os pacientes que estão nos corredores das unidades da Grande Vitória", finaliza o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado.




Folha Vitória

sexta-feira, 25 de março de 2011

Julgamento 25 anos após o crime

Após 25 anos, os acusados do assassinato do prefeito
Anastácio Cassaro serão julgados por júri popular.
Foram 25 anos de impunidade. No próximo dia 29,
terça-feira, às 8h30, o Tribunal do Júri de Vitória começa a
definir o futuro dos acusados de matar o então prefeito de
São Gabriel da Palha, Anastácio Cassaro, na época com 59
anos de idade.
Para a família, termina a angústia
da expectativa de que a Justiça
será aplicada aos envolvidos
no crime, que chocou a sociedade
capixaba.
O prefeito foi morto na noite de
3 de abril de 86 com dois tiros de
revólver disparados pelas costas.
Estava dentro de um carro, ia sair
em companhia do filho, o ex-deputado
estadual Arildo Cassaro, e
seu sobrinho, Evaldo de Castro,
quando foi emboscado em Goiabeiras,
Vitória. O pistoleiro fugiu
num Chevette branco sem placa,
acompanhado de um comparsa.
Em abril de 86,
mês da execução,
Cassaro estava na
capital para finalizar
detalhes da organização
da Festa
do Café, preparando
a visita do então
presidente da República
e atual senador
José Sarney.
Naquela noite
passara na casa do
filho, como era seu
costume, para seguir
viagem. Como
consequência da visita,
foi executado.
Seu sobrinho foi baleado
com dois tiros,
um em cada perna.
Durante as investigações,
revelou-se
que o crime foi encomendado
por interesses
políticos.
Os réus apontados
como mandantes
permanecem em liberdade:
Fernando
Lourenço de Martins
(filho do viceprefeito),
o médico Edvaldo Lopes
de Vargas, Jorge Antônio
Costa, Carlos Smith Frota e Luís
Carlos Darós, o Rosquete. Já os
executores, José Sasso e Jorge
Bilce, foram eliminados. Sasso foi
envenenado no presídio de Linhares
e Bilce, morto numa emboscada
em Rondônia.
No processo, figurava como
mandante o então vice-prefeito
Firmino de Martins. que teve decretada
a extinção da punibilidade.
A decisão do juiz Marcelo
Soares Cunha levou em conta a
prescrição do delito, em função
de Firmino ter completado 70
anos.
A denúncia foi apresentada pela
então representante do Ministério
Público Estadual, promotoraMagda
Regina Lugon, à 3ª Vara
Criminal de Vitória. Todos os
c i t a d o s n o p r o c e s s o n º
024.890.235.393 foram indiciados.
O juiz criminal da época, Paulo
Nicola Copolillo, recebeu a denúncia
e determinou a prisão dos
acusados no dia 15 de abril de 86,
12 dias após o homicídio. O crime
contra Anastácio Cassaro foi
qualificado pela
Promotoria Pública
como vingança por
motivo torpe.
O então prefeito
de São Gabriel da
Palha era conhecido
pela rigidez na administração,
não
permitia negociatas
e malversação com
dinheiro público,
portanto, contrariava
grupos com interesses
em auferir
vantagens na prefeitura.
O grupo Consórcio
de Crime tramava
a execução de
Cassaro para possibilitar
a ascensão ao
cargo do vice-prefeito
Firmino de
Martins, pai de Fernando
Martins, de
acordo com o inquérito.
O prefeito
havia sido avisado
de que estava marcado
para morrer.
A mesma denúncia
foi encaminhada ao secretário
da Segurança da época, Dirceu
Cardoso. Um vereador denunciou
o envolvimento de Jorge
da Costa, subdelegado de São
Gabriel da Palha. Costa tinha sido
exonerado e foi instaurado inquérito
administrativo contra ele
por Cassaro.
Então, por vingança, associouse
aos outros interessados no crime.
O policial foi responsável por
intermediar a contratação dos
pistoleiros.
Vamos aguardar o final dessa
novela infeliz.



Pedro Maia

Mais pessoas poderão ser denunciadas pela morte do juiz Alexandre Martins

Mais pessoas poderão ser denunciadas pela morte do juiz Alexandre Martins
Oito anos depois do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, o procurador geral de Justiça do Espírito Santo, Fernando Zardini, disse que mais pessoas estão sendo investigadas e que poderão ser denunciadas pela morte do magistrado.

A informação foi dada na manhã de ontem (24/03), minutos antes de Fernando Zardini abrir sua participação no Seminário da Luta Contra o Crime Organizado, no Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia.

O seminário foi promovido pelo Instituto Alexandre Martins de Castro Filho, presidido pelo pai do juiz assassinado, o advogado Alexandre Martins de Castro.

Ao final das investigações, 10 pessoas foram indiciadas e processadas pelo assassinato do juiz: quatro homens já foram condenados como executores do crime; enquanto três receberam condenação pela acusação de intermediar o assassinato. Outros três respondem processo em liberdade como acusados de serem os mandantes.

O procurador geral de Justiça, Fernando Zardini, foi questionado pelos jornalistas, antes de sua palestra, sobre as revelações do livro “Espírito Santo”, que traz informações de bastidores sobre as investigações do assassinato do juiz Alexandre Martins, ocorrido em 24 de março de 2003, em Itapoã, Vila Velha.

Uma das informações cita nomes (de forma fictícia) de policiais militares e outras personalidades capixabas que teriam tentado prejudicar as investigações do assassinato.

Porém, os PMs e as demais pessoas não têm seus nomes citados nos inquéritos policiais e nem nos processos judiciais. Foi aí que Fernando Zardini respondeu que novas investigações estão em andamento pelo Ministério Público Estadual:

“Todos os fatos enxergados pelo Ministério Público estão sendo acompanhados por intermédio de investigação feita por um grupo de promotores de Justiça. Vamos esperar os desdobramentos. Se, após a conclusão das investigações, o Ministério Público concluir que essas pessoas tiveram envolvimento direto ou indireto no crime (assassinato do juiz), elas deverão ser denunciadas à Justiça”, disse Zardini.

O procurador geral de Justiça preferiu não revelar quantas pessoas a mais estão sendo investigadas. No entanto, lembrado pelos jornalistas que o livro “Espírito Santo – escrito pelo ex-secretário da Segurança Pública e deputado estadual Rodney Miranda, o juiz Carlos Eduardo Lemos Ribeiro e o sociólogo carioca Luiz Eduardo Soares – cita de forma fictícia o nome do ex-comandante geral da PM, coronel Marcos Aurélio Capita, Fernando Zardini confirmou que ele (Marcos Aurélio) é um dos novos investigados.

“Mas há outras personalidades também hoje sendo investigadas pelo Ministério Público. Mais pessoas poderão ser denunciadas, mas para isso vamos depender das investigações”, disse Zardini.

O chefe do Estado Maior da PM, coronel Renato Duguay, compareceu nesta manhã na primeira parte do Seminário da Luta Contra o Crime Organizado. Ele cumprimentou o pai do juiz assassinado, o advogado Alexandre Martins, que também é coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro.

Ao final das palestras da manhã – que teve ainda o juiz federal Américo Bedê Freire Júnior e diretor da Faculdade de Direito de Vitória, professor Antônio José Ferreira Abikair –, Renato Duguay conversou com a Rádio CBN:

“Por conta de sua proximidade com a sociedade, a Polícia Militar tem que se fazer presente num evento como esse. Outros eventos midiáticos, contra pessoas de conduta ilibada, podem até encobrir casos mais graves que acontecem no Estado. Eu apoio qualquer trabalho investigativo. Como diz o ex-governador Paulo Hartung, a onça está ferida, mas não está morta. E como diz o ex-secretário da Segurança, Rodney Miranda, o crime organizado existe dentro da PM, mas que é praticado por uma minoria”, disse Renato Duguay.



Em setembro de 2004, os executores do crime, Odessi Martins da Silva, o "Lumbrigão", e Giliardi Ferreira, foram condenados a 23 anos de prisão. Giliardi ganhou progressão de regime no ano passado e cumpre pena em liberdade desde o dia 23 de dezembro de 2010. Lombrigão teve o pedido de progressão negado e continua detido no Presídio de Segurança Máxima em Viana. Quando esteve preso no presído federal de Catanduvas, no Paraná, Lombrigão teria sido flagrado com um quilo de maconha dentro do presídio. Pegou mais cinco anos de condenação por tráfico.

Entre outubro e novembro de 2005, a 4ª Vara Criminal de Vila Velha realizou quatro julgamentos distintos em que foram condenados pelo júri popular os ex-sargentos Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva, e ainda Fernando de Oliveira Reis, o Fernando Cabeção, como intermediários do crime. Os demais envolvidos no assassinato do juiz, André Luiz Barbosa Tavares, o "Yoxito" e Leandro Celestino dos Santos (o Pardal), também foram condenados no mesmo ano.

Ranilson, Heber Valêncio – os dois foram expulsos da PM por ordem da Justiça – e Xoxito receberam progressão de regime e hoje cumprem pena em regime aberto

A Justiça Estadual ainda vai julgar os acusados de serem os mandantes da morte do juiz: o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira, o coronel da reserva Walter Gomes Ferreira e o ex-policial civil Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu. Todos os três, que estão soltos, já foram pronunciados pelo crime para ir a júri popular pela 4ª Vara Criminal de Vila Velha, mas recorrerem da decisão e aguardam uma solução por parte do Supremo Tribunal Federal.


por Elimar Côrtes

Emoção marca homenagem ao juiz Alexandre Martins de Castro Filho


por Elimar Côrtes



Uma forte emoção marca homenagem ao juiz Alexandre Martins de Castro Filho
Uma forte emoção marcou o Seminário de Luta Contra o Crime Organizado, nesta quinta-feira (24/03), que homenageou o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, assassinado há oito anos.

O dia foi marcado de homenagens ao juiz assassinado, que se tornou um ícone do combate ao crime organizado no Espírito Santo.

O seminário ocorreu durante todo o dia, no Centro de Convenções de Santa Lúcia. Coube ao pai do juiz, o advogado Alexandre Martins de Castro, abrir o evento, que contou com a presença de juristas, professores e estudantes de Direito de várias faculdades.

Até o advogado Clóvis Lisboa, que defende o acusado de ser um dos mandantes do crime, o coronel Walter Gomes Ferreira, esteve presente ao seminário.

‘‘Vim com a convicção de aprender cada vez mais. Mais uma vez, cumprimentei e me solidarizei com o pai do juiz assassinado. Minha convicção é de que meu cliente é inocente. Mas, acima de tudo, está o sofrimento de um pai que perdeu um filho. E isso eu respeito independente de ser advogado’’, disse Lisboa.

Bastante emocionado, Alexandre Martins voltou a cobrar da Justiça o julgamento dos acusados de serem os mandantes, já que os executores e intermediários já foram condenados.

‘‘Eu não participei das investigações e nem da apuração do caso. Não faço nenhuma especulação sobre suspeitos ou indiciados. Mas, uma vez apurada a responsabilidade de quem quer que seja, este alguém vai ser perseguido por mim até sua condenação, tendo, porém, um julgamento justo. Se este alguém for culpado, vou exigir sua condenação’’, disse o pai do juiz, Alexandre Martins de Castro, ao responder uma indagação do procurador geral de Justiça, Fernando Zardini, de que outras pessoas estão sendo investigadas em novas ações abertas pelo Ministério Público.

Jovens estudantes passaram todo o dia no Centro de Convenções. Antes do seminário, pregaram cartazes nas paredes do local, com frases que faziam alusão ao trabalho desenvolvido pelo juiz Alexandre Martins.

Ao final do encontro, o advogado Alexandre Martins agradeceu aos palestrantes, como já fizera com a equipe que fez palestras pela manhã.

O governo do Estado não enviou nenhum representante ao evento. Nem mesmo o secretário de Estado da Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, mandou representante. Pela Assembleia Legilativa, além de um dos palestrantes, deputado Rodney Miranda, compareceram o presidente da Casa, Rodrigo Chamon, e os deputados Cláudio Vereza e Genivaldo Lievore. Dois coronéis da PM assistiram o seminário: Renato Duguay e Costa. Mas não estavam representando nem o governador Renato Casagrande e nem o secretário Herkenhoff.



por Elimar Côrtes

Capintão Assunção em defesa dos seus

A grande farsa começa a ser desmontada

No aniversário da morte do Juiz Alexandre Martins de Castro Filho, latrocínio transformado na marra em crime de mando começa a ganhar musculatura com a sua federalização.
 
Latrocínio

Nessa última quinta (24), oito anos depois que o forasteiro e ex-secretário de segurança do Espírito Santo, campeão em homicídios dolosos, que acabou se tornando deputado estadual, montou um grande espetáculo pirotécnico em torno da morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, transformando um crime de latrocínio em um crime de mando, assistimos a primeira derrota da grande encenação armada .

Agora, por intervenção de uma vendedora de picolé, Maria das Graças Nacort, Presidente da ONG Associação de Mães e Familiares de Vítimas de Violência do Espírito Santo, o cenário promete mudanças. Inconformada com a covardia feita a dois sargentos da PM capixaba (Sgt Ranilson e Sgt Valêncio), colocados na trama diabólica, tornados intermediários, condenados, execrados pela opinião pública e pela imprensa corporativa, expulsos da PMES e sem terem nenhum tipo de participação no crime de latrocínio, ela promete não descansar enquanto a verdade não vir à tona.
 
Qualquer estudante de direito em seu primeiro período, ao ler as peças do inquérito, nitidamente reparará que o espetáculo foi montado para descaracterizar o assalto orquestrado pelos réus confessos, Odessi Martins da Silva, o Lumbrigão, e Gilliard Ferreira.

Uma mentira repetida várias vezes...
 
O receio de que a farsa acabasse sendo desvendada foi tão grande que o então secretário da (in) segurança pública juntamente com outro juiz, que vivia à sombra do magistrado assassinado, procuraram o romancista Luiz Eduardo Soares e resolveram espetacularizar a morte do Dr. Alexandre transformando esse roteiro falacioso em um livro tendencioso chamado “Espírito Santo” onde reforçam a “tese” de crime de mando. O governador, macomunado com o Secretário Midiático, tratou de reforçar a mentirada, “homenageando” o juiz com nome de Terminal de ônibus e o dia 24 de março acabou virando, por lei, dia estadual de luta contra o crime organizado no Espírito Santo. Seria cômico se não fosse trágico...

O período de exceção que assolou o estado do Espírito Santo durante a gestão das trevas do Imperador, então governador estadual, fez com que as principais autoridades policiais, da justiça criminal e afins se calassem, mesmo sabendo do ambiente de picadeiro montado em cima da morte de Alexandre. Ninguém em sã consciência resolveu contestar. Muito pelo contrário. Alguns se promoveram às custas da falácia arquitetada. Outros saíram do anonimato e da sombra do Juiz Alexandre e ganharam holofotes. E todo o dia 24 de março começou a ser marcado por manifestações, seminários e fóruns que contribuíram para reforçar a idéia de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler, autor da frase ”uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade”. 
 
Com os assassinos e os “intermediários” presos e condenados, e sem a condenação dos supostos “mandantes”, que até hoje não foram julgados, a “justiça” parecia ter sido feita. Bastava continuar com o espetáculo anual para reforçar o conceito de Goebbels.

Federalização

Mas, achando que o show já havia consolidado a opinião de todos, em decorrência dessa soberba acometida aos articuladores do mau, eles acabaram dormindo no ponto.

Maria das Graças, compadecida pelo sofrimento das famílias e das carreiras destruídas dos dois sargentos, condenados sem nada dever, entra em cena e na simplicidade de quem sai às ruas diariamente para trazer o sustento ao lar vendendo picolé, sem desanimar, vai para fora do Estado buscar socorro para uma consistente apuração desse crime na instância federal.

Para surpresa dos que estavam acostumados a pairar acima do bem e do mal, justamente no dia em que a farsa estabeleceu como o dia estadual de luta contra o crime organizado no Espírito Santo, o Ministério Público Federal lança uma ducha fria nos pusilânimes, anunciando a federalização do crime, a pedido de dona Maria das Graças. Todas as cópias do quixotesco processo serão agora encaminhadas ao Procurador Geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos. Que se faça a justiça.
 
 
 
 
 
Capitão Assunção aqui

quinta-feira, 24 de março de 2011

Assassinato do juiz Alexandre Martins completa oito anos e mandantes continuam impunes


O assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro completa oito anos nesta quinta-feira (24). Os acusados de terem mandado matar o juiz ainda não foram julgados e estão soltos.
Alexandre Martins se destacou por investigar o crime organizado no Espírito Santo. Em 24 de março de 2003 ele foi baleado na porta de uma academia de ginástica no município de Vila Velha, onde residia.
Os executores do juiz, Odecir Martins da Silva, o Lombrigão, e Gilliard Ferreira de Souza foram presos, julgados e condenados a mais de 24 anos de prisão. O Juiz Antônio Leopoldo; o coronel da PM, Valter Gomes Ferreira; e o ex-policial Cláudio Andrade Batista, conhecido como Calu, foram apontados como mandantes do crime e aguardam o julgamento em liberdade.
A Associação de Vítimas de Violência pediu a federalização do caso, isso significa passar as investigações para a esfera federal e considerar o crime como latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.




Folha Vitória

terça-feira, 22 de março de 2011

Sobre um arrogante sem noção chamado Marco Camargo

Ano passado,maio,creio,assisti a um programa da Record News,Record Entrevista,no qual Zizi Possi e sua Filha,Luiza Possi,eram entrevistadas por Marco Camargo.Não sabia quem era Marco Camargo,comecei a saber ali.
Marco tentando ser tratado como artista,me causou curiosidade de saber quem era ele.
Depois vim a saber que ele é,além de apresentador daquele programa,cujo o formato é até bacana,também jurado de um programa de calouros da Record,onde se mostra arrogante,o que eu veria no programa de entrevistas em outras oportunidades.
Decidi pesquisar,antes de meter o pau ou elogiar o tal de Marco Camargo.
Pois bem,consta em sites da record e relacionados que Marco,entre muitos predicados é:
Diretor da gravadora e produtora Captain Music,já produziu Ed Motta, Zeca Baleiro,Chico César e muitos outros nomes populares. Foi gravado pelos nomes citados e muitos outros .Marco também é cantor e compositor tendo,inclusive,gravado discos.
Outro dado que consta no currículo de Marco é o fato de ter produzido Roberto Carlos e levado dois Gramys pelos trabalhos.
Daí pra frente fui descobrindo blogs e sites desmentindo as informações passadas por Marco em sites da Record.Alguns exageram,mas entre os exageros,as verdades:
Como consta em alguns blogs,realmente,Marco Camargo, nunca produziu um disco de carreira de Ed Motta, Zeca Baleiro,Chico César e nenhum dos nomes que ele cita. Basta conferir a discografia destes nomes. O que Marco produziu, foi um CD infantil patrocinado pela rede de lanchonetes McDonalds (A Arca dos Bichos), onde os nomes citados foram contratados para cantar uma faixa cada.Alguns nomes que participaram do cd são nomes respeitados na música brasileira,como Zeca Baleiro,Chico César,Ed Mota...Por serem nomes sempre associados a bons trabalhos,a crítica não perdoou.
Com relação aos prêmios que diz ter ganhado produzindo Roberto Carlos,é uma meia-verdade.Camargo, produziu apenas uma coletanea de músicas religiosas chamada "Nossa Senhora" que continha uma faixa interpretada por Roberto Carlos,"mais motivado por fé e saudades de sua falecida esposa Maria Rita, do que algum encantamento com o trabalho musical de Marco Camargo.Tanto, que mesmo posteriormente a esta coletanea, Roberto não convidou Marco Camargo para produzir algum trabalho seu",há quem afirme que há um trabalho gravado que nunca foi lançado,não se sabe.
Com relação ao Grammy.Foi Grammy Latino,que é uma premiação criada pela Grammy Awards "para agraciar a indústria latina.Produtores como Liminha, Tom Cappone, Guto Graça Mello etc, possuem pelo menos umas 20 estatuetas, cada um. O único Grammy Latino que o Sr. Marco Camargo tem em sua pratileira, foi pelo DVD ao vivo do Padre Marcelo Rossi lançado em 2002. Mesmo assim, desde 2002 todos os discos de Padre Marcelo são produzidos por Nilton D´avila e mais recentemente Guto Graça Mello".
Sobre sua carreira como cantor.
"Filho de pais ricos e poderosos, Marco é tido como a "ovelha negra" da familia, sempre quis ser cantor e chegou a gravar alguns discos como cantor na dedacada de 80. Lançou alguns discos,segundo consta,bancados pela familia,que foram um fracassos de vendas, assim Marco, decidiu enveredar para os caminhos da produção (ou marketing)".

Assistam ao programa de entrevistas e entendam a razão de minha curiosidade.



Afonso Hipólito

Itamaraty pede fim dos ataques à Líbia

O governo brasileiro expressou nesta segunda-feira sua expectativa de que um cessar-fogo seja implementado “o mais breve possível” na Líbia para garantir a segurança da população, e reiterou sua postura favorável ao diálogo nesse país, em um comunicado da chancelaria.

“Ao lamentar a perda de vidas decorrente do conflito no país, o governo brasileiro manifesta expectativa de que seja implementado um cessar-fogo efetivo no mais breve prazo possível, capaz de garantir a proteção da população civil, e criar condições para o encaminhamento da crise pelo diálogo”, afirmou a nota divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores.
“O Brasil reitera sua solidariedade com o povo líbio na busca de uma maior participação na definição do futuro político do país, em ambiente de proteção dos direitos humanos”, completou.

O Brasil absteve-se na semana passada de votar no Conselho de Segurança da ONU a resolução que autorizou o uso da força na Líbia e iniciou a atual ofensiva liderada por Estados Unidos, França e Reino Unido contra o regime de Muamar Kadhafi, confrontado por uma revolta popular iniciada em meados de fevereiro.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Encontro histórico: Obama e Dilma exaltam legado de Lula

 
 
Só o discurso não basta, Obama...

O primeiro encontro entre o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e a primeira mulher presidente do Brasil, significou, por si só, uma oportunidade histórica para as duas nações, de simbolizar a superação de estereótipos discriminatórios e avançar no combate as desigualdades de todos os tipos. Obama declarou à nação simpatia pela aspiração do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança, oportunidades na incrementação dos negócios bilaterais, interesses explícitos na área energética e na participação de empresas americanas nas obras de infra-estrutura para a copa de 2014 e Olimpíadas de 2016...Posicionamentos mais do que óbvios para um visitante em busca de uma aproximação estratégica com a segunda maior economia das Américas, uma das democracias mais estáveis do continente e do planeta.

Lula presente no reconhecimento de Obama da grandeza do Novo Brasil

Obama, em seu pronunciamento, implicitamente, destacou o papel de Lula na realização deste encontro histórico, sem citá-lo.

O destaque que Obama deu ao novo protagonismo internacional do Brasil, como país de economia forte “como umas das que mais crescem no mundo”, da ascensão social de dezenas de milhões de brasileiros para a classe média e o combate à pobreza extrema são claramente um reconhecimento do papel do presidente Lula nas afirmações do líder americano.

A "não presença" de Lula no almoço com Obama foi superada na presença dele no discurso do presidente americano, quando o mesmo elencou as vitórias brasileiras na economia, estabilização da democracia, diplomacia mundial e ascensão social do povo brasileiro.

Dilma ratificou em seu discurso o papel de Lula: "...Aqui, senhor presidente Obama, sucedo a um homem do povo, meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre, Presidente, foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos de cidadania.
Dos nove chefes de Estado norte-americanos que visitaram oficialmente o Brasil, o senhor é aquele que encontra o nosso país em um momento mais vibrante."

Ministros se recusam a "tirar os sapatos"

por Rodrigo Vianna 


Desde o começo da manhã, aqui em Brasília, chegavam relatos de empresários brasileiros irritados pelo fato de passarem por revista conduzida por funcionários dos EUA. Isso ocorreu no Centro de Convenções Brasil 21 – onde ocorria a cúpula de negócios Brasil/EUA, com a presença de mais de 300 executivos dos dois países.
À tarde, Obama foi ao local, para fazer um rápido discurso. Ministros brasileiros também se deslocaram pra lá. E teriam que se submeter ao mesmo esquema de revista. Indignados, vários ministros brasileiros deram meia volta e foram embora. Confirmamos agora há pouco, com assessor de um deles, que os seguintes ministros recusaram-se a participar do encontro diante da insistência dos agentes dos EUA: Mantega, Pimentel, Mercadante e Tombini (do BC).
Os ministros, imagino, preferiram protestar em silêncio, para evitar confusão. Coube ao empresário Paulo Skaf dar a informação aos jornalistas: ele considerou absurdo que o governo tenha aceito que toda a segurança ficasse a cargo dos EUA.
Por que o Itamaraty aceitou um esquema desses?
Outra pergunta: todos os ministros deram meia volta e foram embora? Ou alguns aceitaram “tirar os sapatos” pros gringos – como fez Celso Lafer durante o governo FHC? Sabemos de vários ministros convidados para o encontro, além dos 4 citados acima. Com a confusão e a dificuldade de acesso, até agora não foi possível confirmar se algum ministro brasileiro aceitou “tirar os sapatos”.
Vários jornalistas brasileiros tambgém passaram por fortes constrangimentos. Uma equipe de televisão conta que saiu do prédio para entrevistar um empresário. Ao voltar, foi barrada definitivamente – sem explicação. O tratamento para a imprensa dos EUA era diferenciado.

Itamaraty prepara nota pedindo fim dos ataques na Líbia


Por Renata Giraldi


O Ministério das Relações Exteriores prepara, nesta tarde, nota à imprensa em que defende o fim dos ataques aéreos na Líbia e das hostilidades no país. No documento, o governo brasileiro deve destacar a necessidade de buscar a paz e o diálogo, evitando o acirramento do conflito.
De acordo com diplomatas, a nota deve ser divulgada até o começo da noite. O comunicado ocorre no momento em que, alegando proteção de civis, as forças de coalizão internacional completam o terceiro dia de lançamento de mísseis sobre a Líbia.
A iniciativa brasileira segue o exemplo da Turquia e da Índia, que defenderam o cessar-fogo e que o presidente líbio, Muammar Khadafi, entregue o poder como forma de acabar com o impasse e os confrontos na região. Há mais de um mês, a Líbia vive em clima de guerra com forças leais a Khadafi enfrentando oposicionistas.
A crise agravou-se na semana passada,  com a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de autorizar a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia e outras “ações”, em caso de necessidade. Na prática, o conselho autorizou a comunidade internacional a determinar intervenção no país.
A decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi aprovada por dez países. Não houve rejeições, mas o Brasil, a China, a Índia, a Rússia e a Alemanha abstiveram-se. Para o governo brasileiro, o uso da força na Líbia pode agravar ainda mais a violência na região. O ideal, de acordo com o governo, é buscar o diálogo e a negociação.
O assunto é tema de uma reunião extraordinária hoje (21), em Nova York, do Conselho de Segurança. A pedido do Líbano, os 15 representantes dos países no órgão – dez rotativos, inclusive o Brasil, e cinco permanentes – devem discutir a crise na região e a manifestação de Khadafi anunciando o cessar-fogo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

A Câmara de vereadores de Fundão - ES aprovou,e por unanimidade,em sessão realizada em 15 de março de 2011,ontem,o fim das diárias concedidas aos servidores e vereadores do município para viagens dentro e fora do estado.Viagens estas que ao que consta em denuncias feitas por vários meios de comunicação,só foram objetivando capacitação dos servidores na teoria.Sim,porque na prática o que ocorria era turismo,muitas vezes sexual e envolvendo menores de idade.
O projeto é de autoria do presidente da Casa,Anderson Pedroni Gorza(PCdo B).
Segundo Anderson,a aprovação do projeto põe fim ao desperdício de algo em torno de cem mil reais dos cofres do município.
O valor para viagens dentro do Estado  era de duzentos reais,já para as viagens feitas para fora do Estado,quatrocentos reais.
Agora o projeto deve ser enviado para sanção do prefeito Marco Fernando Moraes (PDT).
Outra coisas bacana foi a aprovação,também por unanimidade,do perojeto que prevê a redução do recesso legislativo de noventa para trinta dias.
A proposta foi do vice-presidente,vereador Claydson Pimentel Rodrigues(PSB).
Assim os parlamentares terão férias de trinta e um de dezembro a trinta e um de janeiro.
Bom,agora é esperar que tudo continue caminhando como caminhou até agora,principalmente no segundo turno de votação,que será em primeiro de abril.
Não vamos parabenizar os vereadores de Fundão por cumprir um pouco do dever,mas que é sempre bom saber de algo assim,com certeza é.



Afonso Hipólito

DESASTRE NO JAPÃO E OPORTUNISMO ANTINUCLEAR

Postado por Carlos Orsi aqui


Sobre a energia nuclear, nossa amiga incompreendida

A maior parte da humanidade tem uma visão estereotipada do uso da energia atômica. Vários filmes de qualidade duvidosa durante a Guerra Fria, quando o temor de uma guerra nuclear era evidente, praticamente colocaram no senso comum que usina nuclear e bomba atômica "é tudo a mesma coisa e deve ser banida a todo custo". Talvez comece por aí a motivação do verdadeiro circo de informações errôneas sobre o que está acontecendo atualmente em Fukushima, no Japão. No final de semana, no auge da crise, a radiação em torno do prédio do reator (o lugar em que a radiação estaria mais forte) era de 1,5 milisievert por hora. Ou seja, sentado no topo do prédio do reator um camarada demoraria uma hora para absorver 1,5 milisievert. Isso, por si, não diz muita coisa, certo? Seria o suficiente para provocar mutações horríveis e fazer surgir o Godzilla no fundo do oceano? Nem tanto. Só para efeito de comparação, quando um paciente faz uma tomografia computadorizada de crânio, absorve, em menos de um minuto, 2 milisievert. De tórax? Até 5 milisievert. Abdome e pelve juntos? Até 8 milisievert. No caso dos militares americanos expostos, a dose máxima de radiação a bordo do porta-aviões foi "menor do que a recebida em um mês de exposição à radiação de fontes naturais como as rochas, a terra e o sol". A mesma notícia informa que "a radiação pode ser eliminada com água e sabão". 

http://4.bp.blogspot.com/_B2PBQFsQI8I/SdlbXxKBdCI/AAAAAAAAANc/wRlETubkhXw/s320/sub-square-barney.gif
Godzilla após receber muita radiação. 

Não obstante, até mesmo quando aparece um ou outro artigo defendendo a energia nuclear e criticando a histeria, alguns pontos precisam ser esclarecidos. Vejam este exemplo:


Há várias razões para questionar a opção pelo uso de energia nuclear -- para citar as duas que considero mais importantes, há o problema da destinação do lixo atômico e o do uso bélico da tecnologia -- mas o estado da instalação nuclear japonesa de Fukushima após o terremoto-com-tsunami que atingiu o país não é uma delas, ao contrário do que algumas pessoas (incluindo gente que, por dever profissional, deveria saber melhor) andam dizendo. Digo, se um meteorito gigante atingir a barragem de Itaipu e a inundação subsequente devastar Buenos Aires, isso será motivo para questionar a opção pela energia hidrelétrica? Quando um motorista sofre um ataque cardíaco ao volante, sobe na calçada e mata uma criança, isso nos leva a questionar a tecnologia do motor a explosão interna?

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLA3kDRmlIl6oVVjROmGJ2EgXDEy8qxqY1R6YRLrnGdxpuzqEwsnijM1Kwp5fnOs4L_RhLYfyCEQRfLqDFLxukvlZTZ8a2ujnPgsGrzcTiyEnfOu2OpODSXP2nE89eqOQqu_on2qwpisc0/s200/Nuclear_WArning_Sign_by_Bekey_by_Bekey.jpg

Quem aponta para Fukushima (que, tendo em vista a magnitude do tremor e do tsunami, está se aguentando muito bem, ao menos por enquanto) como sinal dos riscos da energia nuclear se esquece de que toda decisão humana implica riscos. É perfeitamente concebível que uma decisão diferente da adoção da fissão nuclear como fonte de energia tivesse riscos menores, ou mais aceitáveis, mas esse é o tipo de análise que tem de ser feita numa base caso-a-caso. Usar Fukushima como um argumento genérico contra a opção nuclear me parece tão desonesto quanto culpar a gasolina pelas mortes por atropelamento. Para quem quiser saber mais sobre reatores de fissão, há uma boa postagem neste blog; e o físico Michio Kaku está acompanhando a situação de Fukushima, aqui. A imagem que ilustra a postagem veio daqui

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O que faltou dizer:

Na verdade, "o problema da destinação do lixo atômico" é superestimado e trata-se de factóide. Vale ilustrar com um exemplo vindo da boca do próprio James Lovelock, que é o criador da Hipótese Gaia, mas que hoje em dia é 100% a favor da energia nuclear. Cem gramas de urânio - um pedacinho talvez do tamanho de um chicletes grande, considerando o quão absurda é a densidade do urânio - gera tanta energia quanto 600 toneladas de carvão. Agora, o que será que causa mais impacto ambiental: queimar uns cinco, seis vagões de trem cheios de carvão até a borda, lançando toda a porcariada resultante - cinzas, CO2, enxofre - na atmosfera; ou fazer o "chiclete" gerar a mesma quantidade de calor sem exalar nada, e depois guardar o "chiclete" gasto em uma caixa de concreto?

Saindo do exemplo do Lovelock, alguns exemplos práticos de como o "problema" do lixo nuclear é tratado sem stress pelo mundo afora:

- Na França, a maioria da energia é de origem nuclear, e isso há mais de 30 anos. No entanto, o país inteiro tem *um* depósito de lixo nuclear, com dezenas de milhares de metros cúbicos de lixo atômico. "Dezenas de milhares de metros cúbicos" pode parecer muita coisa (e inclusive o número solto é usado em relatórios alarmistas do Greenpeace porque soa grande), mas um galpão grande, de 100x100x10 metros, já tem cem mil metros cúbicos de capacidade. Francamente, um caixotão de concreto a cada 30 anos para um país inteiro não é exatamente uma demanda monstruosa de infra-estrutura. E não estamos falando de um país qualquer, a França é um país que utiliza muita energia.

- Aqui no Brasil, o lixo nuclear das Angras 1 e 2 - que funcionam há mais de 20 anos - é todo guardado em um único caixotão de concreto por lá mesmo. Recentemente uma reportagem da Globo News apresentou o local quase todo vazio, só com umas pilhas de material jogadas em um canto.

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E por que não energia eólica ou solar ao invés de nuclear?

A energia solar e a eólica são enganosamente baratas. Na verdade, elas exigem mais despesas para a sua produção do que o retorno em termos de geração de energia; são formas primitivas de geração energética, utilizáveis apenas em locais muito remotos onde outras opções não estão disponíveis. Um país que dependesse em grande escala destas categorias levaria inevitavelmente a sua economia ao colapso. Na Alemanha, já há movimentos contrários à proliferação de usinas eólicas. Já se disse que elas causaram uma devastação na paisagem maior do que a Guerra dos Trinta Anos. Tanto a produção eólica como a fotovoltaica padecem duma desvantagem atroz: demandam enormes extensões de território para a sua operação. O maior sítio solar do mundo, na Califórnia, que alimenta apenas 50 mil residências, se espalha por uma superfície de 1 milhão de metros quadrados!

Em relação aos custos de energia, as diferenças são ainda mais brutais. Enquanto as células solares exigem um custo de US$680,00/MWh, um reator de fissão nuclear (água leve) demanda um custo de meros US$28,50/MWh! É necessário um investimento de capital de US$28,90 bilhões para se obter 1 gigawatt solar, contra apenas US$1,16 para o gigawatt nuclear. Com a fusão termonuclear controlada, escaparíamos das limitações dos combustíveis não renováveis. O hidrogênio é abundante no universo e a obtenção do isótopo de deutério de misturas de hidrogênio-isótopos, disponíveis na Terra e em outros lugares, está bem estabelecida. O combustível para a fusão é quase ilimitado em relação a outras fontes de energia na Terra, e, conforme a tecnologia avança, o fornecimento de combustível se tornará totalmente ilimitado para todos os propósitos práticos previsíveis, por milênios afora.

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(escrito com a ajuda do ilustre Dr. Omni, meu especialista preferido neste tipo de assunto, do Dr. Marco Lazzeri, além da paciência do não menos ilustre girino vey).